Economia

Produção industrial do Paraná cresce pelo 8º mês consecutivo

O valor é superior ao resultado do Brasil, que teve crescimento médio de 0,9% em dezembro

FEITO NO PARANA -  Coamo  cooperativa agro-industrial , a maior cooperativa da América Latina, com sede em Campo Mourão. Tem na linha alimentícia as marcas Primê, Sollus, Dualis e Anniela produz óleo de soja refinado, café torrado e moído, margarinas, farinha de trigo e gordura vegetal hidrogenada. 09/10/2020 -  Foto: Geraldo Bubniak/AEN
FEITO NO PARANA - Coamo cooperativa agro-industrial , a maior cooperativa da América Latina, com sede em Campo Mourão. Tem na linha alimentícia as marcas Primê, Sollus, Dualis e Anniela produz óleo de soja refinado, café torrado e moído, margarinas, farinha de trigo e gordura vegetal hidrogenada. 09/10/2020 - Foto: Geraldo Bubniak/AEN

A produção industrial paranaense fechou dezembro de 2020 com crescimento de 2,8% em relação a novembro, oitavo mês consecutivo com resultado positivo, superando a queda do período mais restritivo da pandemia do novo coronavírus. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal, divulgada nesta terça-feira (09) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O valor é superior ao resultado do Brasil, que teve crescimento médio de 0,9% em dezembro. Dos 15 locais pesquisados pelo IBGE, 11 tiveram saldo positivo no último mês de 2020, sendo que o Paraná se saiu melhor que os outros estados do Sul. A indústria de Santa Catarina cresceu 2,4% e a do Rio Grande do Sul 1,2% naquele mês.

A recuperação da indústria paranaense se iniciou em maio, depois de dois meses de queda, e não parou desde então. Houve crescimento em janeiro (2%), fevereiro (1,9%), maio (21,2%), junho (4,7%), julho (3,2%), agosto (2,8%), setembro (9,5%), outubro (3,5%), novembro (1,2%) e dezembro (2,8%). Março e abril, meses subsequentes à chegada da Covid-19, registraram perdas. Apenas Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais acompanham o Paraná com dez meses de crescimento em 2020.

Os seguidos índices positivos, porém, não foram suficientes para fechar 2020 com crescimento em relação a 2019, ano em que o Paraná foi destaque nacional, com a maior evolução do País. No acumulado do ano, a produção industrial teve queda de 2,6%. Já na comparação com dezembro de 2019 o salto foi grande, com alta de 18,7%, segundo melhor resultado do País, atrás apenas do Rio Grande do Sul (19,7%).

O governador Carlos Massa Ratinho Junior destacou que, mesmo em meio à crise, houve 17 meses de crescimento na indústria do Paraná nos últimos dois anos. “É uma recuperação, demonstra a força que temos nesse setor. Temos um compromisso de trazer mais investimentos, mais empresas. E também estamos colaborando com financiamentos, com crédito, com o fortalecimento das cadeias produtivas”, disse. “É uma organização que tem gerado empregos, receita, renda e crescimento”.

 

Variação mensal

No recorte mensal, que compara os meses de 2020 com os mesmos períodos de 2019, dezembro registrou o maior salto do ano passado no Paraná, com 18,9%. A análise do IBGE indica que a atividade sentiu mais o peso da crise no segundo trimestre, voltando a crescer no fim do ano. Houve variação positiva em janeiro (2,6%), fevereiro (3,5%), março (1,5%), setembro (3,1%), outubro (4,8%) e novembro (13,7%).

O movimento foi impulsionado pela recuperação da indústria pesada e o setor ampliado de máquinas e equipamentos. As indústrias alimentícias também ajudaram a compor o crescimento do mês. O Paraná ficou em primeiro lugar no País no recorte de produtos de metal, minerais não metálicos, madeira, móveis e alimentos.

O crescimento de 18,9% em dezembro foi resultado de aumentos em máquinas e equipamentos (84,9%), produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (74,7%), produtos minerais não-metálicos (43,2%), máquinas e aparelhos elétricos (41,4%), produtos de madeira (23,6%), produtos de borracha e material plástico (20,7%), móveis (20,1%), indústria de transformação (18,9%) e produtos alimentícios (8,9%).

 

Acumulado do ano

O acumulado de 2020 ainda aponta recuo da indústria (-2,6%), mas já indica recuperação de parte das perdas – em maio essa diferença era de -8,9% e em julho de -8,7%, por exemplo. Os números indicam que investimentos mais robustos ficaram reservados para o terço final do ano passado, com a retomada da confiança dos investidores. Apenas Goiás, Rio de Janeiro, Pernambuco e Pará tiveram índices melhores e, no geral, o resultado paranaense foi bem superior ao do País em quase todos os setores.

O índice sofre impacto direto das baixas na indústria de máquinas e equipamentos (-18,2%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-32,2%), produtos químicos (-8,1%) e indústria da transformação (-2,6%).

Na outra ponta, estimulada pelo consumo e pelas políticas sociais adotadas durante a pandemia, houve crescimento nas vendas de produtos para o dia a dia, como alimentos (9,3%), bebidas (4,6%) e móveis (6,3%), além de plantas de metal (14,3%), minerais não-metálicos (8,1%), borracha e material plástico (3,8%) e papel e celulose (0,6%).

 

Nacional

Onze dos 15 locais pesquisados tiveram aumento na produção industrial de novembro para dezembro. A média nacional foi de 0,9%. Segundo o IBGE, as taxas positivas refletiram a ampliação do retorno à produção, após paralisações/interrupções causadas pela pandemia da covid-19. Frente a igual mês do ano anterior, a produção industrial cresceu 8,2%, com treze dos quinze locais pesquisados apontando resultados positivos.

 

Empregos na indústria

Além da recuperação continuada, a indústria paranaense registrou saldo positivo nos empregos em 2020. Segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério da Economia, foram 25.880 empregos na indústria de transformação, o que foi fundamental para o resultado estadual de 52.670 vagas.

 

Como os setores encerraram o ano no Estado (comparativo com 2019)

Industria da transformação: -2,6%

Fabricação de produtos alimentícios: 9,3%

Fabricação de bebidas: 4,6%

Fabricação de produtos de madeira: 1,8%

Fabricação de celulose, papel e produtos de papel: 0,6%

Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis: 7,6%

Fabricação de outros produtos químicos: -8,1%

Fabricação de produtos de borracha e de material plástico: 3,8%

Fabricação de produtos de minerais não-metálicos: 8,1%

Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos: 14,3%

Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos: 8%

Fabricação de máquinas e equipamentos: -18,2%

Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias: -32,2%

Fabricação de móveis: 6,3%

 

Como os setores encerraram o ano no País (comparativo com 2019)

Industria da transformação: -4,6%

Fabricação de produtos alimentícios: 4,2%

Fabricação de bebidas: -0,2%

Fabricação de produtos de madeira: -0,5%

Fabricação de celulose, papel e produtos de papel: 1,3%

Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis: 4,4%

Fabricação de outros produtos químicos: -0,5%

Fabricação de produtos de borracha e de material plástico: -2,5%

Fabricação de produtos de minerais não-metálicos: -2,3%

Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos: -0,2%

Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos: -2,6%

Fabricação de máquinas e equipamentos: -4,2%

Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias: -28,1%

Fabricação de móveis: -3,8%.

 

Fonte: AEN