O gerente regional da Sanepar Oeste/Sudoeste, Renato Mayer Bueno, esteve ontem no plenário da Câmara de Vereadores e comentou recentes levantamentos feitos por Itaipu em parceria com a Unila sobre a água de Cascavel. A polêmica é a permanência de agrotóxico na água, mesmo após o tratamento feito pela empresa. Ao ser questionado por Paulo Porto (PCdoB) sobre a contaminação, Bueno declarou que “tem diferença em tomar veneno puro e uma quantidade ínfima. [O consumidor] vai viver a vida toda sem nenhum problema”.
Em seguida, ele garantiu que não há riscos à população: “Monitoramos a água há mais de 30 anos. Cada um dos nivelamentos dos agrotóxicos. Estamos de acordo com a portaria. Os índices de agrotóxicos ficaram baixos. Tenho tranquilidade de beber em casa a água da Sanepar, sem preocupação”.
No dia 13 de junho Renato Bueno retorna à Câmara para participar de audiência pública sobre a qualidade da água em Cascavel. O evento é organizado pelo vereador Celso Dal Molin (PR), que levanta outra situação: a elevada contaminação de futuros mananciais que serão explorados pela Sanepar para abastecimento humano, inclusive o Rio São José.
As obras já estão em andamento e devem ser concluídas em julho do ano que vem. Renato Bueno alerta que, caso ocorra algum imprevisto até lá, Cascavel enfrentará falta de água: “Já temos toda a documentação e iniciamos as obras no local onde ficará a estação. Caso ocorram imprevistos, no verão de 2020 teremos dificuldades no abastecimento de água”.
Ainda em 1972 foi constatada a insuficiência do Rio Cascavel e de poços artesianos para abastecimento urbano. Em 1994 houve a definição do projeto para exploração de rios mais próximos e o primeiro é o Rio São José, seguido por Rio do Salto, Rio do Oeste e Rio Tormenta, mananciais que serão usados até 2050, quando Cascavel deve ter mais de 600 mil moradores.
O uso do aquífero Guarani está descartado pelo baixo volume de água: 35 mil litros hora, enquanto a demanda em Cascavel é de 1,6 milhão litros por hora.
Estação no Lago ativa
Por muitos anos a Sanepar informou que a estação de esgoto ao lado do Lago Municipal estaria completamente desativada. Porém, ontem Renato Bueno admitiu que ela foi mantida por uma questão de segurança ambiental – apesar disso, o tratamento não é feito no local. “Não há tratamento de esgoto. A estação recebe e transporta para bacia da região norte. Havia intenção de desativá-la, mas por segurança a mantivemos. Apenas no caso de emergência ela passa a ser usada”.