Política

Ratinho Junior defende anistia a presos do 8 de janeiro, mas não irá às manifestações

São Mateus do Sul, 26 de abril de 2024 - O governador Carlos Massa Ratinho Jr. entregou a pavimentação na PR 364, entre São Mateus do Sul e Irati.
São Mateus do Sul, 26 de abril de 2024 - O governador Carlos Massa Ratinho Jr. entregou a pavimentação na PR 364, entre São Mateus do Sul e Irati.

Curitiba – O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), não participará do ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro neste domingo (16). Apesar da ausência, Ratinho defende uma revisão das penas aplicadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) aos presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023 “Não vou [ao ato no Rio]. Nunca fui a esses eventos. Acho que a anistia tem que ser revista, tem gente injustiçada. Mas não vou”, declarou o governador ao jornal Valor Econômico.

Postura moderada

Desde 2018, Ratinho Junior tem adotado uma postura moderada diante da polarização política no país, evitando a participação em manifestações semelhantes à que será realizada no dia 16. Essa posição tem gerado críticas de setores mais radicais do bolsonarismo. Na mesma entrevista ao Valor Econômico, o governador afirmou que percebe um desgaste da polarização política, o que pode abrir espaço para candidatos de perfil mais moderado na eleição presidencial de 2026.

Ratinho tem repetido que não discute ideologia, mas, sim, metodologia de trabalho. Essa abordagem ficou evidente nesta semana, durante sua passagem por São Paulo. Questionado pela Folha de S. Paulo sobre a declaração do presidente Lula, que afirmou ter colocado uma “mulher bonita” na articulação política para melhorar a relação com o Congresso, em referência à ministra Gleisi Hoffmann, Ratinho minimizou a fala. “Talvez tenha sido uma tentativa de elogio. Não vejo maldade nisso”, disse.

Construção da candidatura

Ratinho Junior vem ampliando sua presença em outros estados, especialmente em São Paulo, como parte de uma movimentação para se viabilizar como candidato na disputa presidencial de 2026. No entanto, dentro do PSD, ainda há indefinição sobre os rumos da legenda. “Dentro do partido, há várias correntes: uma parte tem apreço pelo governo Lula, outra é totalmente refratária a isso e há aqueles que defendem candidatura própria”, explicou.

Apesar das incertezas, ele defende que o PSD assuma um papel de protagonismo na eleição presidencial. “No pleito de 2026, o PSD tem que ser protagonista, não uma sublegenda”, afirmou, destacando a expectativa de crescimento da legenda após as eleições municipais de 2024.