Cotidiano

Para Jogos do Rio, Latam investe R$ 20 milhões e quer transportar 375 mil

SÃO PAULO – A Olimpíada do Rio vai exigir das empresas aéreas uma séries de ajustes operacionais e na prestação de serviços para que todos os visitantes e atletas sejam atendidos. A expectativa é que mais de 1,5 milhão passem pela capital fluminense pelos 28 dias de competição (incluindo aí os Jogos Paralímpicos). A Latam Brasil espera transportar 25% desse contingente, ou 375 mil pessoas, e para isso montou um plano de operação que inclui espaços para check in na Vila Olímpica, um esquema especial para o transporte de equipamentos esportivos e atendimento voltando há um maior número de pessoas portadoras de necessidades especiais, além da previsão de voos extras.

O diretor de Serviços e Inovação da empresa, Eduardo Costa, afirma que foram investidos R$ 20 milhões nesse projeto, que foi desenvolvido ao longo dos últimos 12 meses.

— É um evento maior que a Copa do Mundo e com uma complexidade logística e de bagagens muito maior. Além disso, há um risco de segurança, de atentados, pela exposição de todas as delegações no evento — disse.

Enquanto a Copa do Mundo de 2014 mobilizou 2,5 mil atletas de 32 países em 12 cidades e era considerada pelos organizadores e órgãos de segurança como um evento de baixo risco de atentados. Já a Olimpíada do Rio irá envolver 20,1 mil atletas de 206 países concentrados praticamente apenas em uma cidade – apenas alguns jogos de futebol serão realizados em outras localidades – o que torna o risco elevado.

— Essa será a maior operação do mundo, com elevado risco e alta complexidade — afirmou o executivo.

Para coordenar toda essa logística, foi montada uma mesa de operação em São Paulo, de onde os responsáveis irão receber as informações e eventuais problemas que estejam ocorrendo no Rio. O número de voos extras de e para o Rio soma 100, mas podem chegar a 300. Além disso, seis aeronaves ficarão disponíveis como contingência.

Costa informou que também está sendo negociado, assim como foi na Copa, a facilitação do endosso de passagens entre as companhias aéreas, para evitar maiores atrasos no deslocamento de passageiros em caso de algum problema.

A forma de atendimento aos passageiros também será alterada. No Rio, serão descolocados mais funcionários bilíngues. Além disso, nos voos de e para a capital fluminense com até 60 minutos de duração, não será oferecido o serviço de bordo. O passageiro, ao entrar na aeronave, irá receber um kit com lanche, um bombom e água.

Os atletas poderão fazer check in na Vila Olímpica. Também foi desenvolvido um esquema, similar com o que ocorreu nos Jogos Panamericanos de Toronto (Canadá), para o transporte de bagagens fora do padrão, e que muitas vezes não podem ser transportadas em esteiras.

Uma outra preocupação da companhia foi com o atendimento aos passageiros portadores de necessidades especiais, em especial os cadeirantes. Enquanto em voos rotineiros a presença de cadeirantes é baixa, dificilmente mais de dois por voo, nos Jogos Paralímpicos esse número pode subir para algumas dezenas, o que tende a tornar o embarque mais demorado. Como exemplo, Costa citou que a Espanha fez a cotação para um voo em que podem ser transportados 38 cadeirantes.

Para evitar atrasos, a Latam irá reforçar o número de funcionários nesse voo e também desenvolveu um modelo de cadeira de rodas, mais estreito, que será usado em aeronaves de diferentes tamanhos (as atuais não poderiam ser usadas nos aviões com corredores mais estreitos) e o aluguel de plataformas elevatória para deslocar as cadeiras dos próprios passageiros para a área de bagagem (deixando assim livre o acesso para o embarque dos demais viajantes).

A Latam também irá treinar as suas equipes no exterior, em especial nos países com um grande número de visitantes para os Jogos ou de equipes olímpicas que serão transportados pela companhia. Santiago (Chile), Madri (Espanha), Paris (França), Sidney (Austrália), Nova York (EUA) e Cidade do México (México) estão entre os pontos que terão atendimento reforçado.