Modernidade

Ônibus elétricos reduzem os custos em 57% já nos primeiros vinte dias

Ônibus elétricos reduzem os custos em 57% já nos primeiros vinte dias

Cascavel – A circulação dos ônibus elétricos pela cidade é uma novidade para a população, assim como para as empresas que administram o sistema do transporte público e da própria Transitar, que desde que os novos veículos entraram em operação estão fazendo uma avaliação assistida com um grupo técnico.

Dos 15 ônibus que chegaram à cidade no dia 5 de agosto, sete deles estão circulando, sendo dois articulados e cinco padrões, fazendo as linhas troncais entre os terminais da cidade.

Para avaliar o funcionamento deles, a presidente da Transitar, a autarquia de trânsito da cidade, Simoni Soares falou com a imprensa na manhã de ontem (23) e avaliou os primeiros dias de funcionamento dos ônibus que, para ela, trouxeram uma economia bem significativa. Dados apontados pela comissão de avaliação demonstram que do dia 5 até o dia 22 os ônibus gastariam cerca de R$ 30 mil em óleo diesel se fossem a combustível e gastaram cerca de R$ 13 mil em energia elétrica, ou seja, uma redução de 57% no valor total.

“Este resultado supera as nossas expectativas, porque, além disso, tem ainda a autonomia dos veículos que tiveram uma média de 300 quilômetros por carga e alguns deles chegaram a 400 quilômetros”, salientou Soares. Segundo ela, a autonomia neste tipo de veículo tem a interferência direta das condições climáticas, o que não ocorre com os veículos movidos à combustão.

A presidente explicou que a comissão fará essa avaliação por cerca de pelo menos um mês e que mais quatro veículos passam a operar neste sábado (24) e a previsão dos próximos quatro é para a próxima semana, totalizando 15 ônibus rodando. “Estamos fazendo assim porque não é possível avaliar todos ao mesmo tempo, ter o acompanhamento da dirigibilidade, porque é um veículo novo até para os motoristas, com muitas funções, quando acende uma luz no painel tem que parar, mas avaliamos o funcionamento deles neste primeiro momento de forma muito positiva”, reforçou.

Câmeras internas

Outro benefício, conforme a presidente, são as câmeras internas que passam a identificar os abusos cometidos ou atos de vandalismo. Nesta semana tiveram dois casos e as imagens trazem respaldo para que sejam tomadas as medidas necessárias, identificando a pessoa pela passagem na catraca e sendo menores, repassando as informações ao Conselho Tutelar, para que tomem as medidas cabíveis.

Pelas câmeras também será necessário identificar outras irregularidades, como o hábito de pular a catraca. “O motorista tem no painel acesso às câmeras e agora ele não precisa intervir com o passageiro, dependendo do caso ele pode parar e acionar a Guarda Municipal ou depois repassar as informações à equipe de base que dará o encaminhamento judiciário,” exemplificou. Casos de repasse da carteirinha de outra titularidade também poderão ser identificados, assim como as imagens podem ser cedidas para analisar e comprovar casos de abuso. 

A presidente disse que um retorno positivo que eles tiveram dos próprios passageiros, foi que estes veículos trazem um maior conforto térmico, menor ruído e como são controlados por telemetria e monitorados, mantêm a velocidade desejada, que acaba sendo obedecida pelo motorista.

Mudança nas catracas

Uma alteração que terá que ser feita é nas catracas dos veículos porque nos ônibus menores acabou atrapalhando o embarque principalmente nos terminais, aonde ocorre o embarque da maior parte dos passageiros. “Vamos fazer uma alteração e analisar se poderá ser necessário em todos”, falou. Um dos ônibus também teve uma pane elétrica e uma peça teve que ser substituída. “Recebemos um contêiner com várias peças da empresa que são utilizadas conforme for necessário”, disse.

Modernização

A chegada dos ônibus modernizou parte do sistema de transporte público, sendo que os 15 elétricos representam 10% do total dos ônibus que circulam pela cidade. Cada ônibus tem cerca de 12 metros de comprimento e capacidade para 75 passageiros. Equipado com baterias totalmente elétricas, possui autonomia de 270 quilômetros e pode ser carregado em até quatro horas. Além disso, tem ar-condicionado, conexão wi-fi e tomadas para recarga de celulares. No Paraná, apenas Curitiba tinha ônibus elétricos.

Estrutura

Todo o sistema para carregar a frota conta com nove carregadores, sendo que sete deles ficam no Eletroterminal, um no Terminal Leste e outro no Terminal Sul. As recargas serão feitas no período noturno quando não estiverem circulando, mas o local comporta os 15 estacionados de uma só vez.

Usina

A energia será fornecida por uma “Usina Fotovoltaica” que está sendo construída no Aterro Municipal. No local, estão sendo instaladas diversas placas que farão a captação de energia que será mandada diretamente para a rede da Copel, sendo feita a compensação da energia, sendo que a previsão é que até o final de agosto, toda a estrutura fique pronta. Depois de pronta, haverá um período de testes, para a Copel inserir a produção da energia na rede, que vai direto para a subestação da Copel.

A expectativa de produção da energia, que é um contrato, a empresa está colocando 5 mil placas que vão gerar uma produção de 2,5 megawatts de energia. Em números, a previsão que nos 25 anos que a usina vai produzir dentro da garantia das placas, eles gerarão uma economia de cerca de R$ 260 milhões em energia que o município teria que gastar se não houvesse a usina.

Não existe uma ligação entre o terminal e a usina do aterro, a usina fornece energia na rede da Copel e cria um crédito em energia para a Prefeitura. A Copel fornece energia para o Eletroterminal para abastecer os ônibus e vai descontar essa energia fornecida daquela que o Município insere para a Copel, o que deve sobrar energia e o Município ficará com crédito que vai ser usado em outros prédios públicos.