Cascavel – O governo federal, por meio do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), está monitorando o movimento de caminhoneiros que, por meio do WhatsApp, estão convocando protestos para este sábado (30).
Em um vídeo compartilhado, o motorista Efraim diz ser um dos líderes da manifestação e conta que há três reivindicações principais: cumprimento das tabelas de frete, redução no preço do diesel e redução nos pedágios.
Dirigindo-se ao presidente Jair Bolsonaro, Efraim desqualifica os motoristas que, desde a greve de maio do ano passado, integram comissões de negociação com governo.
Wallace Landim, conhecido como Chorão, é um dos caminhoneiros que participam de negociações em Brasília. Ele se posiciona contrário aos protestos marcados para 30 de março.
A Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros) divulgou nota reconhecendo a insatisfação da categoria em relação ao não cumprimento do piso mínimo de frete. E disse que essa insatisfação pode resultar em nova paralisação. Mas afirma esperar que a greve não seja necessária: “A entidade conta com o diálogo e a aproximação com o novo governo federal.”
Falta de adesão põe em xeque nova paralisação
Cascavel – Há dez meses da greve dos caminhoneiros que parou o Brasil nos dez últimos dias de maio, uma nova mobilização iniciada por redes sociais e que parece tomar corpo não deve o mesmo engajamento que a registrada ano passado.
Na semana passada, em visita à redação do Jornal O Paraná, o presidente da Fetranspar (Federação das Empresas de Transportes de Cargas do Estado do Paraná), Sérgio Malucelli, afirmou que não há espaço para nova greve diante de um cenário que se apresenta para a aprovação de um Marco Regulatório dos Transportes no Brasil, algo que vem sendo costurado com o governo federal e que promete sair do papel ainda neste ano.
Para o presidente do Sintropar (Sindicado das Empresas de Transportes do Oeste do Paraná), Wagner Adriani Pinto, o movimento grevista que vem sendo anunciado não tem apoio dos principais líderes do setor dos autônomos. Para ele, o que se apresenta é um movimento que não tem base de sustentação e que nasce fadado ao insucesso, e que, se ocorrer, as demais entidades vão solicitar o desbloqueio das rodovias por via judicial. “O setor não acredita que o movimento tome corpo porque não é o momento para isso. O governo que aí está, embora tenha falhas, é um governo demonstrando ser aberto ao diálogo com os autônomos, enquanto há diálogo não tem por que radicalizar com uma greve”, destaca o presidente.
No sindicato que representa a categoria autônoma na região oeste, presidido por Jeová Batista, a paralisação também vem sendo cogitada e a entidade aguarda uma manifestação oficial das federações.
Frota
Na região oeste existem hoje cerca de 30 mil caminhoneiros autônomos e 1.532 empresas de transportes com 55 mil caminhões.
A greve de 2018 também nasceu apartidária e sem liderança política nem de entidade. A categoria se organizou por grupos de WhatsApp e conseguiram parar o País. A falta de liderança prejudicou as negociações e a própria debandada da mobilização, posteriormente.
Na região oeste, os principais pontos de concentração foram na BR-277 e na PR-480 com maciça adesão.
Reportagem: Juliet Manfrin