Caminhoneiros paraguaios estão em greve, nesta quarta-feira (4), revindicando aumento no valor pago pelos fretes. Eles estão concentrados em Cidade do Leste, a cerca de 10 quilômetros da Ponte Internacional da Amizade, que liga o país vizinho a Foz do Iguaçu.
Por causa da paralisação, filas se formaram nas rodovias dos dois países. Os caminheiros brasileiros que estão retidos nos bloqueios relatam prejuízos com a situação.
“Quando eu cheguei na rotatória aqui eles não deixaram passar. Eles deveriam ter uma consideração com os caminhoneiros brasileiros que estão com o caminhão descarregado, para a gente poder retornar para o nosso país de origem. Assim, a gente fica à mercê de qualquer situação, sem o mínimo do básico que seria necessário, que é um banheiro, um restaurante”, disse o caminhoneiro do Rio Grande do Sul Marcos Zarti.
De acordo com o governo paraguaio, está marcada para quinta-feira (5) uma reunião com representantes dos caminhoneiros para discutir os avanços das negociações.
O motorista Edivaldo Macedo de Lima, de Santa Terezinha de Itaipu, está preso no Paraguai por causa da greve.
“Nós aqui estamos com uma dificuldade muito grande. Nós não temos recursos, não temos nada, não tem o que comer, não tem banheiro para tomar banho e eles não liberam. Não adianta teimar com eles, que eles acabam te apedrejando, te maltratando. Queria retornar para guardar o caminhão, mas eles não deixam. Então tenho que ficar aqui, se ficar uma semana, vou ter que ficar aqui [no Paraguai].”
Conforme os manifestantes, outro problema que a categoria enfrenta é o alto valor do diesel.
Além da fronteira, os protestos ocorrem em várias regiões do Paraguai.
“Estamos pedindo aqui, o tema é o frete. Porque o frete não vale mais nada no Paraguai e o frete internacional também. Está ruim demais, não sobra mais nada. O diesel é caro, dos dois lados, no Brasil e no Paraguai, por isso estamos aqui todos parados”, disse o caminhoneiro paraguaio Antonio Rodas.
Os caminhoneiros do Paraguai dizem que podem ficar parados tempo indeterminado, até que deputados e senadores aprovem o projeto que estabelece valores de custo operacional e preço mínimo de referência para o serviço de frete.
Fonte: G1