Reportagem: Juliet Manfrin, com assessoria
Foz do Iguaçu – Desde o ciclo epidemiológico 2015/2016, o Paraná não registrava tantos casos de dengue. O ciclo chegou ao fim ontem (30) e o desempenho é preocupante. Segundo a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde), foram confirmados 22.946 casos, 2.213% a mais que o ciclo passado (992). Outro dado que chama a atenção é que de agosto de 2017 a julho de 2018 não foram registradas mortes em decorrência do vírus no Paraná. Nesse ciclo, houve 23 óbitos em decorrência da dengue. De 2016 a 2017 os números foram ainda menores, 870 contágios e nenhuma morte.
Esse é o pior ciclo desde 2015/2016, quando houve 50.351 casos de dengue e 63 mortes. A série histórica da Sesa começa em 1991, com registro de 16 casos e sem morte. Desde 2012, a dengue já matou 185 pessoas no Paraná.
A publicação do atual ciclo, que consolida os dados sobre o período sazonal da dengue monitorado de 29 de julho de 2018 até 30 de julho deste ano, registrou ainda 91 mil notificações aguardando os laudos. “Neste momento, nosso pedido é para que a população não baixe a guarda no combate ao mosquito Aedes aegypti, pois é exatamente agora, no inverno, que devemos eliminar os criadouros que podem estar próximos, mas em lugares não tão comuns como o pneu velho no quintal ou o prato do vasinho de planta”, destacou o secretário da Saúde do Paraná, Beto Preto.
Considerando as 22 Regionais de Saúde n o Estado, as que tiveram maior número de casos foram: a 17ª Regional de Londrina (4.264 casos = 19% do total do Estado); a 9ª Regional de Foz do Iguaçu (3.358 = 15% do Estado); a 13ª Regional de Maringá (2.883 = 13% do Estado) e a de 10ª Regional de Cascavel (2.050 casos = 9% do Estado).
Essas quatro regionais (duas no oeste) foram responsáveis por 56% de todos os casos no Estado.
Quanto às mortes, das 23, três foram registradas na Regional de Foz; quatro na de Cascavel; uma na de Campo Mourão; nove na de Londrina; uma na de Cornélio Procópio; três na de Paranavaí e duas na de Maringá.
Um total de 96 municípios atingiram o patamar de epidemia de dengue e 57 estão em alerta. Há ainda a soma de 29 casos de chikungunya e cinco de zika vírus.
Novo alerta
O médico Enéas Cordeiro de Souza Filho, da Divisão de Doenças Transmitidas por Vetores da Sesa, alerta para a possibilidade de aumento do número de casos de dengue no próximo ciclo. “O risco é alto devido à circulação do novo sorotipo, o Den-2. Pessoas infectadas por subtipos diferentes em um período anterior podem evoluir para formas mais graves da dengue”.