RIO – O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) elevou as taxas de juros do país em 0,25 ponto percentual, para um intervalo entre 0,75% e 1%. É o segundo aumento em três meses. O movimento de alta, iniciado em dezembro de 2015 após quase uma década em níveis próximos de zero, tem impacto em economias emergentes, como o Brasil.
No fim de fevereiro, a maioria dos investidores apostava que a taxa ficaria inalterada na reunião realizada nestas terça e quarta-feira. Os mercados já viam uma probabilidade de 92% de uma alta em março, contra 40% uma semana atrás.
Um dos riscos da elevação da taxa nos Estados Unidos seria uma fuga de capital para lá. É que juros maiores nos EUA tendem a atrair mais investidores ? já que o país é considerado de risco zero ?, que retirariam recursos de mercados como o brasileiro, onde as taxas de juros são maiores, mas o risco, também.
Outro ponto que pesa para mercados emergentes é o fato de serem países que têm elevado endividamento em dólar. Quando há migração de recursos de investidores globais para o mercado americano, cresce a pressão sobre a taxa de câmbio no curto prazo, podendo resultar em uma possível desvalorização do real frente ao dólar.