Cotidiano

Cerveró revela que jantou com Renan e negociou propina

2014_707152859-2014_706948158-2014041650928.jpg_20140416.jpg_20140417.jpgRIO E BRASÍLIA ? Em sua delação premiada, Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, revelou ter participado de um jantar em meados de 2006 na casa do senador Jader Barbalho (PMDB-PA) em que foi discutido um repasse de propina de US$ 6 milhões a políticos do PMDB, em troca de apoio político para ele permanecer na diretoria internacional da estatal. Segundo Cerveró, da reunião participaram o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL); Paulo Roberto Costa, também ex-diretor da Petrobras; e Jorge Luz. Cerveró disse ter sido convidado para o jantar por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro.

Sérgio Machado

Cerveró também revelou que, em 2012, foi chamado ao gabinete de Renan Calheiros. O senador reclamou por não estar recebendo propina da BR Distribuidora, onde Cerveró trabalhava naquele momento. O delator contou ter avisado a Renan que não estava participando de esquema de corrupção na BR. Segundo ele, Renan respondeu que, então, deixaria de lhe dar apoio político.

Renan disse na sexta-feira que nunca esteve reunido com Cerveró. Jader afirmou que o jantar jamais aconteceu e que ele não tem qualquer relação com Cerveró. O presidente do PMDB, senador Romero Jucá, disse que desconhece qualquer reunião para tratar do assunto.

A Polícia Federal indiciou o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) e seu ex-assessor Luís Carlos Batista Sá, apontado como seu braço-direito, num dos inquéritos da Operação Lava-Jato. O inquérito policial já foi concluído e entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), responsável por julgar parlamentares, mas sem o indiciamento de Renan Calheiros, que foi investigado no mesmo processo.

No relatório, a PF não explica por que poupou Renan, mas o intima a depor em 14 de junho, ?a título de diligência complementar?. Aníbal e Luís Carlos foram indiciados por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A investigação foi motivada pelas delações de Paulo Roberto Costa. Segundo ele, Aníbal, em nome de Renan, patrocinou os interesses dos práticos do porto de Santos, em negociação com a Petrobras em 2008. Em troca, Aníbel e Renan teriam recebido propina.