BRASÍLIA – Presença mais esperada na reunião do Conselho de Ética em que se analisava a cassação do mandato do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a deputada Tia Eron (PRB-BA) passou quatro horas trancada na liderança do partido e , para fugir do assédio de parlamentares anti-Cunha, só deixou o local após o adiamento da votação. Irritada com a presença da Imprensa, pediu paz para analisar o voto em separado do deputado José Carlos Bacelar (PR-BA) que estipula pena apenas de afastamento temporário.
Na saída ela confirmou que irá votar amanhã e , aos parlamentares com quem conversou, deu sinais de que pode votar contra a cassação de Cunha.
Pressão só recebo de vocês (jornalistas) que não me dão paz para estudar. Se me permitirem tenho agora um relatório de 65 páginas para estudar. Saiu hoje o voto em separado. Vocês não acham justo? respondeu Tia Eron depois de se reunir com o presidente interino do PRB, Eduardo Lopes (RJ) e parlamentares do partido.
Enquanto todos se perguntavam nas redes sociais se Tia Eron tinha sido abduzida, ela acompanhava a sessão em conta com líderes do PRB , e interlocutores de Cunha e do Planalto. Escondida no gabinete, do lado de fora assessores negavam que ela estivesse no local, enquanto outros entravam com frutas para que Tia Eron enganasse o estômago com a falta do almoço.
Com o adiamento da sessão, Tia Eron teve que sair do esconderijo.
Peguntada se iria a sessão de amanhã, do Conselho, ela foi afirmativa.
Claro querido! Eu nunca falto! respondeu Tia Eron.
Da reunião na liderança participou, além de Eduardo Lopes, o deputado Marcelo Squassoni (PRB-SP). A pressão dos aliados de Celso Russomano (PRB-SP) é para que a deputada vote pela cassação de Cunha, pois o contrário traria um impacto negativo a campanha do candidato a prefeito.
Tia Eron vai votar com total liberdade. O partido deu total liberdade para Tia Eron decidir o seu voto disse o líder Márcio Marinho (PRB-BA), após a reunião com a parlamentar na liderança.