SAÚDE

Liberdade para passear! Na simplicidade de um desejo comum, o final feliz de um marco na história

Descubra a importância da liberdade e saúde na vida de uma pessoa. Conheça a história de Paulo Cesar Rambo e seu transplante renal - Foto: Uopeccan
Descubra a importância da liberdade e saúde na vida de uma pessoa. Conheça a história de Paulo Cesar Rambo e seu transplante renal - Foto: Uopeccan

Cascavel -Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda”. Com as palavras certeiras de Cecília Meireles, abrimos o especial do Hoje Express desta semana.

O que você tem de mais precioso além da liberdade e da saúde? E quando os dois estão comprometidos simultaneamente, o que lhe resta, além da esperança e fé?

Após uma semana de um marco histórico para a Uopeccan, o paciente que fez o primeiro transplante renal da instituição já está pronto para voltar para casa. Com uma excelente recuperação e saúde em dia, o Sr. Paulo Cesar Rambo, de 51 anos, está ansioso para começar sua nova vida.

A notícia do transplante veio enquanto ele estava pescando. Ao ser informado da possibilidade, correu para o hospital, onde, com fé e alegria, passou pelo procedimento.

A médica da equipe de nefrologistas da Uopeccan, Dra. Gizele de Souza, compartilhou como foi o processo pós-cirúrgico até a alta do paciente. “Graças a Deus, tudo correu muito bem. O rim está funcionando, não precisou mais de hemodiálise e foi cumprido um período de sete dias com antibióticos. Agora, ele teve alta e continuará com consultas regulares, tanto com a equipe de nefrologia quanto com o cirurgião que realizou o transplante. Esse acompanhamento será frequente nos primeiros meses e seguirá ao longo da vida”, explica.

Com muita gratidão e um grande desejo de aproveitar a vida, o Sr. Paulo expressou sua profunda homenagem à família do doador. “Agradeço, imensamente, à família que tomou a nobre decisão de doar os órgãos e salvar tantas vidas, como a minha. Espero que mais pessoas sigam esse exemplo. Minhas filhas estão me esperando em casa e estou ansioso para abraça-las e viver mais um bom tempo”, disse emocionado.

Foto: Uopeccan

A vida antes do transplante

Aliviado com a chegada do novo rim, o Sr. Paulo contou os dias para voltar a fazer algo que, para muitos, é simples: passear. Durante um ano e três meses, ele enfrentou a exaustiva rotina da hemodiálise, três vezes por semana. Esse tratamento não apenas o deixava fisicamente debilitado, mas também exigia longas viagens, tornando o processo ainda mais desgastante.

“Agora a gente pode sair passear, antes não dava, porque um dia eu vinha e tomava aquele cansaço, no outro dia só queria ficar em casa para descansar pro próximo dia ir de novo, então não tinha como sair”, relatou o homem.

O transplante não trouxe apenas saúde, mas também a liberdade de viver plenamente.

“A distância era a pior parte. Eu dirigia 17 quilômetros até o posto de saúde, onde me pegavam. Às vezes eu ia de ônibus, van ou carro pequeno e percorria mais 160 quilômetros até o centro de hemodiálise. Após o tratamento, muitas vezes passava mal e precisava encarar mais 160 quilômetros de volta. Chegando ao posto, ainda tinha que dirigir os 17 quilômetros finais até minha casa, muitas vezes com fraqueza extrema. No total, eram cerca de 360 quilômetros por dia”, relembra o paciente que mora no município de Espigão Alto do Iguaçu.

A importância da doação de órgãos

Dra. Gizele também ressaltou a importância da doação de órgãos e a necessidade de comunicação sobre esse desejo com os familiares. “O ideal é que as pessoas conversem com seus familiares sobre o desejo de ser doador, porque, em um momento difícil como a perda de um ente querido, essa decisão se torna mais fácil. A família tende a respeitar e seguir a vontade da pessoa que queria ser doadora. No Brasil, a fila de espera por órgãos ainda é muito grande. Embora o índice de doação tenha melhorado, ainda precisamos aumentar a conscientização sobre a importância de doar”, enfatiza a médica.

Ela destacou que um único doador pode salvar até oito vidas, não se limitando apenas aos rins. “Os órgãos que podem ser doados incluem o coração, pulmões, fígado, pâncreas, córneas, além dos rins. Uma pessoa pode ajudar muitas outras ao fazer essa doação”, completou Dra. Gizele.

Foto: Uopeccan

O marco histórico

O dia 7 de janeiro de 2025 ficará marcado na história da Uopeccan. Após ser habilitada para realizar transplantes desde setembro de 2023, a instituição aguardava a compatibilidade de um doador para proceder com o primeiro transplante renal. O cirurgião responsável, Dr. Matheus Takahashi, ressaltou a importância do feito para a região. “Este transplante representa uma grande conquista para a Uopeccan e para toda a região, onde muitos pacientes aguardam por esse tipo de procedimento. Agora, sabemos que muitos outros poderão se beneficiar”, afirmou.

A logística do transplante envolveu cerca de 15 horas de trabalho, desde a captação do órgão até o procedimento cirúrgico, que durou cerca de três horas e transcorreu sem intercorrências. “O transplante foi bem-sucedido e o paciente se recuperou rapidamente. Desde o início do pós-operatório, o novo rim já estava funcionando perfeitamente”, afirmou Dr. Matheus.

Unidade de Terapia Renal e Hospital de Transplantes

A Uopeccan é um hospital de referência no tratamento oncológico há mais de três décadas. Nos últimos anos, expandiu seus serviços, oferecendo atendimento como hospital geral em Umuarama e como centro especializado em transplantes em Cascavel.

Em outubro de 2024, a instituição deu mais um passo importante com a inauguração de uma Unidade de Terapia Renal, que realiza, em média, 3 mil sessões mensais, ampliando ainda mais o alcance de seus cuidados médicos.

Outro marco significativo é a construção do Hospital de Transplantes, um projeto grandioso com cinco andares que incluirá ampliação do ambulatório, novos consultórios, 62 leitos de internação e leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Essas melhorias foram possíveis graças a grandes investimentos, que somam mais de R$ 40 milhões, provenientes do Governo do Estado.