O artista plástico holandês Vincent van Gogh, ícone do pós-impressionismo, sofreu com uma espécie de síndrome psicótica durante 18 meses antes de morrer. Esta é uma das conclusões do grupo de especialistas de Amsterdam, na Holanda, que se debruçou sobre os detalhes dos últimos meses da vida do pintor.
Os estudiosos, porém, não conseguiram chegar a um diagnóstico exato para o estado de saúde mental de Van Gogh. O grupo de pesquisadores, que incluiu médicos e historiadores de arte, afirmaram ainda que o tão conhecido surto que levou o artista a cortar sua própria orelha, em 1888, pode ter sido resultado de uma combinação perigosa de consumo abusivo de álcool e estresse.
Hoje considerado um dos principais pintores do século XIX, autor de telas famosas como “A noite estrelada” e série de quadros que mostram girassois, o artista morreu aos 37 anos, em 1890, na cidade francesa de Auvers-sur-Oise, em decorrência dos ferimentos causados por um tiro que ele disparou contra si mesmo, num aparente suicídio.
Para chegar a suas conclusões, os especialistas reuniram materiais como as cartas escritas pelo holandês. Eles levaram em conta também teorias não confirmadas dando conta de que o artista pode ter sofrido de transtorno bipolar, esquizofrenia ou até mesmo sífilis, uma doença sexualmente transmissível que, em seu estágio mais grave, pode causar distrúrbios mentais e até mesmo a loucura.
Ao diário britânico “Telegraph”, o professor de ética médica Arko Oderwald disse que não se pode explicar o quadro geral da saúde Van Gogh com “apenas uma coisa”.
A vida e a morte do holandês são cercadas de mistérios. São raros os registros fotográficos do pintor. Ele se tornou pintor apenas aos 27 anos, dez anos antes de morrer. Nunca foi famoso em vida, mas deixou mais de 2000 trabalhos, que hoje valem milhões. O quadro “L’Allée des Alyscamps”, por exemplo, foi vendido no ano passado por US$ 66 milhões num leilão em Nova York.