Cascavel – Para conseguir organizar o fluxo de atendimento de pacientes que procuram as unidades de saúde com sintomas de dengue, que tem aumentando – e muito – nas últimas semanas, na mesma proporção do acréscimo de casos, a Secretaria de Saúde Cascavel abriu, desde ontem (6), três unidades de saúde de forma exclusiva para atender pacientes com sintomas de dengue. Nestas unidades estão suspensos os atendimentos eletivos, com exceção das gestantes que continuam com as consultas de rotina e abertura de pré-natal.
As unidades exclusivas são as USFs Morumbi, Presidente e Pioneiros Catarinenses, das 7h às 19h. Os atendimentos que incluem a realização de vacinas, curativos e demais atendimentos médicos serão encaminhados para as unidades próximas que deverão acolher os pacientes nestes locais. As outras unidades deverão permanecer com todos os atendimentos eletivos para a dengue, encaminhando para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) ou unidades de referência quando não houver mais capacidade de atendimento.
Uma comunicação interna foi encaminhada ainda na manhã de ontem (6) para todas as unidades de saúde e a orientação é válida até 15 de março, podendo ser prorrogada de acordo com a situação epidemiológica da cidade.
Números
Segundo dados do último boletim, Cascavel já contabiliza 2.779 casos confirmados de dengue e a morte de uma jovem de 29 anos. Nesta semana ainda a morte de uma outra jovem, de 26 anos com todos sintomas da doença, está sendo investigada como casos suspeito de dengue.
Um novo boletim da doença será divulgado nesta quinta-feira (7), mas a expectativa é que mais uma grande quantidade de casos se confirme, visto que a demanda de procura de pacientes com sintomas aumentou nos últimos dias. Os dados se referem ao atual ano epidemiológico que começou no dia 30 de julho e encerra apenas no começo de agosto.
Toledo confirma segunda morte por dengue
A Secretaria Municipal de Saúde de Toledo confirmou a segunda morte por dengue no município de Toledo. O paciente, do sexo masculino, 78 anos tinha comorbidades e foi atendido no Pronto Atendimento Municipal Doutor Jorge Nunes (PAM/Mini Hospital) no dia 3 de fevereiro, onde permaneceu internado até dia 7, quando foi transferido para o Hospital de Retaguarda de Cascavel, evoluindo para óbito três dias depois.
A situação, conforme a secretária de Saúde, Gabriela Kucharski, serve de alerta para a gravidade do problema enfrentado por Toledo, mas que atinge também o Paraná e o Brasil. A primeira morte pela doença em Toledo também foi de um homem, 62 anos, e ocorreu no dia 9 do mês passado. Uma semana depois, o município decretou situação de emergência motivada pelo crescimento exponencial no número de casos da doença no município.
De acordo com o último boletim epidemiológico, Toledo já tem 1.009 casos confirmados da doença, número que pode crescer significativamente, pois havia 831 pessoas com sintomas da doença aguardando resultado do exame. Os principais sintomas da doença são manchas avermelhadas na pele, dor abdominal, febre, dor no corpo, cansaço, entre outros.
“Reforçamos o pedido para a população redobre as ações de combate e prevenção ao mosquito nos imóveis onde mora e trabalha, impedindo que este se reproduza em locais onde a água pode acumular, tais como vasos, pneus, garrafas, calhas, plantas, entre outros lugares. Também recomendamos às pessoas que apresentarem sintomas de dengue a procurarem imediatamente atendimento médico, evitando os quadros mais graves da doença”, reforçou Gabriela.
Situação no Paraná segue preocupante
A Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) registrou esta semana o maior número de casos em um boletim do atual período epidemiológico, sendo ao todo, 15.361 novos casos e 14 novos óbitos pela doença. Este novo período sazonal que teve início em julho do ano passado, soma em todo o Estado 73.928 casos confirmados e 37 óbitos. Dos 399 municípios, 319 apresentaram casos autóctones, quando a doença é contraída localmente, e 397 tiveram notificações.
As 14 mortes que constam neste último informe são de pessoas entre 31 e 92 anos, cinco delas sem comorbidades. Do total de registros, dois óbitos ocorreram nos municípios de Ampére e Salto do Lontra (8ª RS); um em Mariluz (12ª RS); um em Paranavaí (14ª RS); um em Sarandi (15ª RS); dois em Apucarana (16ª RS); dois em Terra Roxa e Toledo (20ª RS) e um em Ivaiporã (22ªRS). Na 17ª Regional de Londrina houve quatro óbitos, o maior número deste boletim. Dois deles eram residentes do município de Londrina, um de Cambé e um de Rolândia.
As Regionais de Saúde com mais casos confirmados são a 16ª de Apucarana com 15.541, 10ª de Cascavel com 8.340, 8ª de Francisco Beltrão com 6.502. O novo boletim confirmou ainda 11 novos casos de chikungunya, somando 79 confirmações da doença. Do total de casos, 51 são autóctones (quando a doença é contraída no município de residência). Há, ainda, 262 casos em investigação e 719 notificações. Desde o início deste período não houve confirmação de casos de zika vírus. Foram registradas 75 notificações.
Buscando frear este aumento de casos, o Governo do Estado anunciou também um aporte adicional de recursos de R$ 93 milhões para auxiliar os municípios. O valor será distribuído entre diversas áreas e tem como finalidade aprimorar o atendimento hospitalar, garantir a disponibilidade de insumos, instrumentalizar as equipes de agentes comunitários de saúde e intensificar a vigilância em saúde.