Política

EDITORIAL: A turma dos “nem nem” e o futuro do Brasil

Identificados como os “nem nem”, os brasileiros que não estão nem a fim de trabalhar nem de estudar e tampouco de procurar emprego somam o maior contingente da história do País.

Ninguém sabe ao certo quem lhes sustenta. Muito menos o que planejam para o futuro.

Algumas filosofias de vida adotam os chamados anos sabáticos para dar uma pausa na rotina. Ficam um período sem trabalhar e se dedicam a estudar ou filosofar sobre a vida. Alguns especialistas até recomendam a pausa como essencial para a boa saúde, especialmente a mental. Mas, para isso, essas pessoas costumam se programar financeiramente. E costumam voltar em pouco tempo ao trabalho, muitas vezes com ânimo renovado.

Agora, o que esperar do futuro dessa turma dos “nem nem”?

São mais de 65,6 milhões de brasileiros em idade economicamente ativa que estão nem aí em produzir. E quando chegar a hora de se aposentar? E quando adoecerem?

O Brasil não está preparado para atender a todo esse contingente. Nem agora nem daqui a alguns anos.

Como eles não estão em busca de emprego, desinflam a taxa de desemprego, que ainda atinge 12,9 milhões de trabalhadores. Ou seja, se somados a esse grupo, no Brasil mais de 78 milhões de pessoas não trabalham, contra 91,2 milhões ocupadas, das quais apenas um terço tem carteira assinada. São contas preocupantes para um país que não sabe o que fazer com a Previdência Social e como ajustar as contas públicas.

O governo tem tentado manter e até reajustar os programas de transferência de renda, mas num cenário sem perspectiva como esse, o futuro do Brasil não parece muito bonito.