Quando alguém não consegue compensar um desequilíbrio tende a se afastar. (Bert Hellinger, Zweierlei Glück, p. 25)
Os sistemas sociais se regem por uma lei natural de compensação entre dar e tomar. Os relacionamentos no interior dos sistemas sociais são sadios quando o intercâmbio é equilibrado. Quando existe um desequilíbrio no relacionamento, a parte endividada, quando se dá conta de que não consegue compensar o desnível, tende a se afastar.
Esse princípio é válido para todas as modalidades de relacionamento de qualquer sistema social. Assim, ele funciona nos relacionamentos de trabalho em uma empresa ou organização; nas relações de amizade; e, especialmente, nos relacionamentos de casal.
Quando alguém, no contexto das relações de trabalho, recebe benefícios acima daqueles pactuados contratualmente ou de modo diferenciado em relação aos demais, ele sente isso como dívida e tende a forçar a situação para sair do empreendimento.
Nos relacionamentos de casal não é diferente. Também ali a decisão de abandonar o relacionamento tende a ser da pessoa que mais recebeu. A parte que se entregou intensamente e “fez tudo o que podia” pela outra parte fica sem entender e muitas vezes profundamente magoada. Também aqui vale o princípio: a pessoa endividada não suporta o peso de não conseguir equilibrar o que recebeu e abandona a relação.
Neste ponto é útil a recomendação de Bert Hellinger: “Sempre que o equilíbrio através da retribuição e da troca não é (mais) possível ou adequada, ainda podemos livrar-nos da obrigação e da dívida quando passamos algo daquilo que recebemos para outros. Desta forma, todos – quer dêem quer tomem – submetem-se à mesma ordem e à mesma lei”.
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JOSÉ LUIZ AMES E ROSANA MARCELINO são consteladores familiares e terapeutas sistêmicos e conduzem a Amparar
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