Reportagem: Josimar Bagatoli
Cascavel – Obra engavetada pela falta de verbas, o Aeroporto Regional do Oeste, que chegou a ganhar um impulso no governo estadual ano passado, volta a cair no esquecimento. Embora o Governo Ratinho Júnior (PSD) alegue que os R$ 10 milhões para indenizações da área de 60 alqueires, entre Toledo e Tupãssi, continuam depositados, o montante é considerado pouco, pois os agricultores não concordaram com a negociação proposta.
No banco de projetos do Estado não há previsão para essa grande obra. Chegou a ser divulgado ano passado que a Itaipu Binacional executaria uma etapa importante: o projeto, que levaria três anos para ficar pronto.
Agora, Joaquim Silva e Luna, diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, garante que não houve acordo para essa elaboração nem ocorreu uma cobrança à hidrelétrica, e que houve apenas conversas. “Em termos de necessidade, o Aeroporto Regional é urgente. Estamos atrasados com essa demanda. A procura por voos no Paraná é grande. Há a ampliação em Foz do Iguaçu de voos internacionais, mas o projeto, quando terminar, já será insuficiente”, afirma Silva e Luna.
A partir de 5 janeiro de 2020, o terminal internacional vai ganhar duas frequências semanais para Santiago, no Chile. Os voos serão operados pela JetSmart. Ano que vem, a pista será ampliada de 2,1 mil metros para 2,8 mil metros.
Sem verbas em caixa para grandes investimentos, o Estado dependeria da União para tirar do papel o Aeroporto Regional, mas essa também não tem recursos para investir nesse setor.
A mobilização regional deveria ser mais intensa sobre a Infraero e o Ministério de Infraestrutura: “Eles precisam ser convencidos de que é fundamental colocar no horizonte esse projeto a curto prazo, é uma necessidade”, afirma Silva e Luna.
Em Cascavel também há melhorias nas vias de acesso ao aeroporto, construção do novo terminal de passageiros e adequação da área de estacionamento para aeronaves. Porém, no longo prazo a defasagem da obra é reconhecida pelos especialistas que apontam a necessidade de destinos mais diversificados (hoje opera apenas para Curitiba, São Paulo – em dezembro para o Rio Grande do Sul).
Para o governo estadual, os deputados e a sociedade civil organizada precisarão se empenhar para cobrar da União o investimento. “A provocação terá de ser dos líderes, das pessoas à frente do processo, os prefeitos das cidades envolvidas. O Estado é partícipe, mas ele não tem a decisão final nesse processo”, argumenta Sandro Alex, secretário de Estado de Infraestrutura.
Autorizações
A obra também depende de uma autorização da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e da SAC (Secretaria de Aviação Civil), segundo Sandro Alex. “Se o governo federal tiver vontade e as lideranças políticas quiserem, o Estado é a favor de todas as obras de infraestrutura que impactem e melhorem a vida do cidadão. O recurso está garantido. O governador já garantiu que não é pela falta de recurso que não teremos essa obra. Se for realmente de vontade das lideranças e autorizada pela Anac e pelo SAC, o governo é parceiro”.