Reportagem: Cláudia Neis
Foz do Iguaçu – A tensão mundial agravada com recentes ameaças e ataques entre Estados Unidos e Irã após a morte do general Qassem Soleimani, morto em um ataque ordenado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, deve ter reflexos no Brasil, especificamente na região da tríplice fronteira, aqui, no oeste do Paraná.
Serviços de inteligência que monitoram os grupos terroristas que vivem e atuam no tráfico de drogas na tríplice fronteira informam que, após o início do embate, os grupos ligados à organização islâmica libanesa Hezbollah – que também estão relacionados ao PCC (Primeiro Comando da Capital) – se movimentam para aumentar o envio de drogas (e dinheiro) para o Oriente Médio. A ação é um modo de financiar a atuação dos grupos, que utilizam o dinheiro arrecadado com o tráfico de drogas para compra de armas e manutenção das ações.
Com a queda de braço entre Irã e EUA, a tendência é de que os americanos imponham uma série de sanções e dificultem ainda mais a sobrevivência da organização, por isso, o aumento da entrada do capital do tráfico será cada vez mais necessário.
Por aqui, os grupos são monitorados por diversas forças de segurança, mas não existe um número específico de pessoas que podem ser consideradas membros do Hezbollah por conta das diversas mesquitas existentes na região.
As forças de segurança, que nos últimos anos vêm ampliando os serviços de inteligência na região para monitorar a atuação do crime organizado, intensificaram as ações na região para coibir os criminosos.
Sem risco de ataques
Os Serviços de Inteligência que fazem o acompanhamento dos grupos não identificaram riscos de ataques na região, uma vez que não é esse o foco do Hezbollah no Brasil. Conforme as investigações, as ações deles aqui são voltadas especialmente ao tráfico de drogas. Os maiores grupos se concentram em Foz do Iguaçu, Cidade do Leste (Paraguai) e São Paulo, rotas certas para o envio das drogas.
Situação controlada?
Os ataques registrados ainda na noite de terça-feira (7) a bases norte-americanas no Iraque não deixaram mortos e as declarações do presidente Donald Trump sobre um possível recuo do Irã trouxeram a sensação de que a situação já estaria controlada.
A dúvida fica por conta da queda de um avião ucraniano em solo iraniano, logo após decolar, matando 176 pessoas.