Equacionar a questão Meio Ambiente x Desenvolvimento Econômico e Social é o grande desafio do século XXI para os nossos governantes. Esse confronto de ideia e posições entre os diversos tipos de interpretações, desde os xiitas ambientais e aqueles que têm uma visão mais equilibrada entre o desenvolvimento e a preservação, é um conflito que acompanho desde meus tempos de faculdade de Engenharia Agronômica na Universidade Federal do Paraná. Sempre fui um preservacionista, mas entendo que a geração de empregos e a fonte de rendas das famílias não pode ser prejudicada por radicalismos.
Hoje o Brasil tem uma legislação ambiental excelente. Essa mesma legislação obriga aos produtores arcar com a preservação das águas sem receber contrapartida da sociedade. A maioria absoluta dos moradores urbanos não tem conhecimento que às vezes mais de 20% das propriedades rurais ficam sem nenhuma exploração agropecuária a título de preservação das águas. Eu não questiono isso! Água é vida. Contudo, acho que é chegado o momento de haver bom senso, mantermos as conquistas já obtidas na preservação do meio ambiente e pararmos com a burocracia estatal de muitas vezes criar dificuldades para vender facilidades. O funcionamento do Estado tem de ser destravado, tem de ser agilizado.
Obras de interesse da população não podem ficar à mercê de burocratas em seus escritórios refrigerados travando implantação de indústrias que vão gerar milhares de empregos diretos e indiretos, simplesmente por uma questão ideológica. Liberações ambientais não podem travar obras de rodovias, pontes, que trarão segurança e preservando a vida de dezenas de pessoas ao ano que circulam em nossas estradas. Estamos em um momento de nosso desenvolvimento como nação onde temos de manter o que já conquistamos na área ambiental, mas temos de destravar as amarras que impedem o desenvolvimento econômico.
Agora, em nosso Paraná mais especificamente, temos de nos preocupar com o futuro do homem. Já temos a legislação que nos permite preservar as matas, as águas, temos de cobrar de nossos governantes a agilidade e o entendimento de que na comparação das outras nações desenvolvidas e em desenvolvimento no planeta temos de simplificar procedimentos. Temos de facilitar a geração de riquezas. Temos de estimular aqueles que sabem como gerar empregos, gerar riquezas e mesmo impostos para que o Estado reverta em ações que possam fazer o nosso povo crescer como cidadãos. Estamos em um momento que nossos governantes têm de efetivamente diminuir o tamanho do Estado. Diminuir as amarras. Precisamos de liberalismo, eficiência e pessoas que façam as coisas acontecerem com bom senso e pensando no homem como objeto final.
Convém lembrarmos de algumas passagens muito tristes na história do Paraná onde agricultores foram presos por atos discriminatórios, exagerados e radicais da famosa Força Verde no Governo Requião. Injustiças cometidas contra agricultores por delitos menores. Temos de coibir com muita força crimes como pesca predatória, caça, derrubadas em áreas de preservação permanente. Esses crimes têm de virar parte do passado. Contudo, em questões menores onde é possível a reparação, a fiscalização tem de ser firme. Mas eu me pergunto – Quem fiscaliza a fiscalização? Quais os instrumentos de acompanhamento, ouvidoria e corregedoria que teremos para promover os bons funcionários públicos daqueles que possuem segundas intenções. Fica a reflexão.
Neste momento em particular aguardo com muita expectativa a divulgação do nome daquele que irá cuidar da pasta do Meio Ambiente no governo 2019/2022. Que venha um nome que olhe para o meio-ambiente, mas que olhe também para o Paraná e sua gente com igual importância.
Nery José Thomé é engenheiro agrônomo e vice-presidente do Sindicato Rural de Campo Mourão
Agora, em nosso Paraná mais especificamente, temos de nos preocupar com o futuro do homem