A geração de emprego é muito mais que uma política econômica, é uma prática social e desenvolvimentista. A falta de emprego mata! E antes de matar adoece e causa muito, mas muito sofrimento.
Não precisa de muito esforço para associar o desemprego a problemas como estresse e ansiedade diante das pressões do dia a dia. Especialmente quando você se depara com mudanças constantes no mercado de trabalho e parece não se encaixar mais, seja pela idade seja pela formação profissional.
Pesquisa recém-divulgada mostra que, para 78% das pessoas, a ausência de trabalho é responsável por doença e sofrimento.
Ansiedade, depressão, insônia, síndrome do pânico, síndrome de Burnout e uso de remédios controlados, álcool e drogas ilícitas, entre outros, são algumas das consequências listadas durante a pesquisa realizada por uma consultoria especializada em cultura organizacional de empresas, em parceria com o sociólogo Ruy Braga, professor da Universidade de São Paulo e coordenador do Cenedic (Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania). O estudo colheu as respostas em questionário disponibilizado na internet durante dois meses.
Se a pressão dentro do ambiente de trabalho é difícil, fora dele é cruel.
O governo federal acaba de lançar um programa para incentivo à geração de emprego, focado basicamente nos jovens sem experiência. A iniciativa é louvável, mas desconsidera um público bastante importante e que a cada dia se vê mais impotente: aqueles que já passaram dos 50 anos. Novos demais para se aposentar, velhos demais para o mercado de trabalho.
E daí vem a dúvida: como se sustentar até chegar à idade para requerer a aposentadoria, que, inclusive, terá o valor bastante reduzido conforme o tempo que essa pessoa ficou fora do mercado formal.
Esse é um problema para agora, que precisa de ações para ontem.