Os discursos e as ações de combate à corrupção no Brasil ainda estão muito longe do necessário. Com um IPC (Índice de Percepção da Corrupção) de 35 pontos, o Brasil atinge a nota mais baixa desde 2012 e agora se iguala a países como Argélia, Armênia, Costa do Marfim, Egito, El Salvador, Peru, Timor Leste e Zâmbia.
Com a terceira queda consecutiva do índice, o País despencou nove posições e agora atinge o 105º lugar entre os 180 países e territórios avaliados e ranqueados pela Transparência Internacional.
Isso nos mostra que, apesar de avanços na investigação e na sanção de grandes esquemas de corrupção, a falta de reformas legais e institucionais ainda é um calo gigantesco no sistema brasileiro.
O IPC é a mais longeva e abrangente ferramenta de medição da corrupção no mundo. A escala se estende de zero a 100, e quanto menor o valor, maior a percepção da corrupção.
Para a Transparência Internacional, o persistente mau desempenho do Brasil no ranking não significa que tudo o que foi feito nos últimos anos para combater a corrupção não teve resultado. É inegável que grandes esquemas de ilícitos e privilégios foram revelados no período recente, principalmente pela operação Lava Jato e seus desdobramentos. A tarefa de reverter essa avaliação depende agora de uma série de reformas que demonstrem sério comprometimento do País com a eliminação das causas estruturais desse problema social.
A organização alerta que a Lava Jato tem importância vital, mas que sozinha não será capaz de efetivamente reduzir os níveis de corrupção no País. “Para isso será necessário que o Brasil olhe agora para frente na luta contra a corrupção, atacando as raízes do problema com reformas legais e institucionais”, afirma Bruno Brandão, diretor executivo da Transparência Internacional – Brasil.