Opinião

Coluna Amparar: “Uma nova mulher”: uma análise

Amparar
Amparar

Na postagem de hoje queremos conversar com vocês sobre uma série de TV que tem levantado muitas dúvidas e perguntas. Trata-se da série “Uma nova mulher”, disponível na Netflix. Até o momento está disponível a primeira temporada, com 8 episódios. A série se mostrou um grande sucesso a ponto de, em pouco tempo, chegar ao “top 10” dos mais assistidos da Netflix.

Trata-se da história de três amigas que estão juntas nos melhores e nos piores momentos da vida delas: Ada (médica), Sevgi (advogada) e Leyla (dona de casa).

A história começa quando Sevgi tem diagnóstico de câncer e decide procurar por um tratamento alternativo antes de se submeter ao tratamento convencional da medicina. Qual tratamento alternativo se trata fica claro logo no primeiro episódio: a Constelação Familiar Sistêmica.

Uma das perguntas mais frequentes tem sido: “A série retrata com fidelidade o que são as constelações familiares?”. Resposta: “Não!”. Antes de mostrarmos os motivos dessa resposta – o que deixaremos para outra postagem –, vamos nos ocupar de outra questão: “Quais indicações (pistas) aparecem na série que nos permitem afirmar que a questão de fundo dela são as constelações familiares?”. Vamos apontar quatro pistas.

Primeira: o nome dado pela série à dinâmica terapêutica. A série designa a terapia de “expansão da família de origem”. “Família de origem” é chamada pela constelação familiar a família na qual nascemos. A dinâmica terapêutica mostrada expande essa família para os movimentos que aconteceram com os antepassados. Esse processo está no cerne das constelações familiares tais como acontecem entre nós.

Segunda: a entrega de um livro por Sevgi para Ada no episódio três. O autor do livro em questão é o inglês Mark Wollyn, que tem um Instituto de Constelação Familiar em São Francisco (EUA). É um renomado estudioso da área das constelações. Isso mostra que não é à toa que aparece esta cena: tem por objetivo mostrar que a terapia feita por Sevgi é, de fato, a constelação familiar.

Terceira: o diálogo, no episódio 6, entre Toprak e Fiko. Toprak conta que conhece o terapeuta Zaman há muito tempo; que o conheceu na Alemanha e que participava das dinâmicas terapêuticas feita por ele neste país. Como sabemos, Alemanha é o país de nascimento de Bert Hellinger, o criador do método das constelações familiares. Novamente: não é à toa a indicação da Alemanha com país onde Zaman teria estudado a prática terapêutica realizada por ele.

Quarta: o formato da dinâmica terapêutica praticada por Zaman na série. Os movimentos da terapia de grupo praticadas por Zaman seguem o mesmos movimentos que as constelações familiares tais como são praticadas entre nós. As constelações familiares podem ser feitas em grupo ou individuais. As constelações em grupo aparecem na série desde o primeiro episódio. No episódio 6 aparece também a modalidade da constelação individual, quando Ada conversa com Zaman sobre a questão para a qual quer olhar. Zaman se utiliza de pedras como âncoras para representar os membros da família de Ada.

Na próxima postagem examinaremos a questão: a constelação familiar tal como aparece na série é fiel ao modo como é realizada na prática?

—————————

JOSÉ LUIZ AMES E ROSANA MARCELINO são consteladores familiares e terapeutas sistêmicos e conduzem a Amparar – whatsapp https://bit.ly/2FzW58R.