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Coluna Amparar: O seu relacionamento é de igualdade?

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O seu relacionamento é de igualdade?

O relacionamento saudável de casal acontece quando um respeita ao outro como absolutamente igual. Isto é, quando os direitos e obrigações são os mesmos para ambos. Apesar de, em geral, os casais reconhecerem essa verdade, acontecem violações no relacionamento. Vamos falar um pouco sobre essas violações para ajudar você a se identificar e agir antes que seja tarde.

Uma primeira modalidade de violação da igualdade pode acontecer antes mesmo de a relação propriamente dita se efetivar. Trata-se da ideia bastante difundida de que, em uma relação de casal, um deve amar ao outro desinteressada e incondicionalmente. Esta forma de ver o relacionamento é próprio da relação pais-filhos, mas não da relação de casal. Somente a um filho se pode dedicar amor incondicional por toda a vida. Assim, quando alguém entra na relação com essa perspectiva atua nele a busca de um pai ou de uma mãe, mas não de um parceiro ou parceira.

Uma segunda modalidade de violação da igualdade na relação de casal é o padrão segundo o qual a esposa “repreende” o marido constantemente, como se fosse um menino travesso, pelos motivos mais triviais. Pode ser porque ele deixa suas roupas sujas espalhadas no banheiro, ou a toalha molhada em cima da cama; ou porque se encontrou no bar com os amigos depois do trabalho em vez de voltar imediatamente para casa. Enquanto a esposa viola a igualdade ao repreender, o marido a viola ao consentir com isso.

Uma terceira modalidade de violação ocorre quando existe chantagem. Por exemplo, quando um diz ao outro: “Sem você não consigo viver”; “Se você for embora, eu me mato”; “Minha vida sem você não tem mais sentido”. A reivindicação de ser cuidado para sempre, de não ser abandonado nunca, é um direito exclusivo de um filho, jamais de um parceiro ou parceira.

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Uma quarta modalidade de violação da relação de casal é a que acontece quando um dos parceiros sempre unicamente dá e o outro sempre apenas recebe. A relação pais-filhos funciona assim, pois os filhos jamais conseguirão devolver aos pais o tanto que deles receberam. A relação de casal precisa acontecer no equilíbrio de troca. Aquele que quer unicamente dar e não aceita receber, se considera melhor e não quer se comprometer. Aquele que aceita sempre apenas receber assume a função de filho, e não de parceiro(a).

Uma quinta modalidade de violação acontece quando um dos parceiros se comporta como educador do outro: como se tivesse a tutela do outro, se põe a educar e/ou a reeducar o parceiro ou a parceira. O modo mais comum como esta violação se expressa é em frases como esta: “no momento não estou satisfeito com ele/a, mas sei que conseguirei mudá-lo/a”. A pretensão de educar é própria da relação dos pais em relação aos filhos. Na relação de casal prevalece a capacidade de acolher o outro tal como é, sem pretensão nem expectativa de transformá-lo.

Violar a igualdade da relação de casal provoca um abalo no fundamento da relação. Em grande parte das vezes o preço da violação da igualdade é o fracasso da relação. Quando, apesar disso, a relação continua, a continuidade se faz em cima da anulação da dignidade dos parceiros, tanto de quem viola quanto daquele que consente com a violação.

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JOSÉ LUIZ AMES E ROSANA MARCELINO são consteladores familiares e terapeutas sistêmicos e conduzem a Amparar – whatsapp: https://bit.ly/2FzW58R

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