Todos são pelo bem do Brasil, desde que… não mexa em seus interesses. Isso nunca ficou tão evidente quanto agora, na discussão da reforma da Previdência.
Mexeu com policiais, é confusão. Alterou idade para mulheres, briga à vista. Professores? Nem pensar. Homem do campo, outra discórdia.
Enfim, todos concordam que a reforma é necessária, que o rombo é insustentável e que alguém vai ter que pagar a mais. Agora, quem vai ficar com a conta? Fácil! Aquele que chorar menos.
Ou seja, a corda vai arrebentar para o lado mais fraco. Para aquele sem categoria, com pouca representatividade, e que, muito provavelmente, é quem menos recebe aposentadoria.
Mas o jogo é esse. Cada um puxando a corda para o seu lado na esperança de que a ponta fique com outro.
E aquela história de que “cada um terá que fazer um sacrifício”? Só discurso para aparecer bonito antes da decisão final.
O Brasil não tem maturidade suficiente para discutir assuntos tão sérios. Não sabemos compartilhar, dividir, para somar. A ordem é pegar o máximo para si sem perder nada. Se der, quem sabe ainda ganhar mais um pouquinho…
De que adianta técnicos discutirem, calcularem, recalcularem, organizarem, estudarem e elaborarem um novo texto, que poderia dar algum alívio (longe ainda do ideal), se na hora H os parlamentares esquecem do todo e precisam “defender o seu”?
Enquanto formos o “país do jeitinho”, não haverá jeito para o Brasil.