A questão dos cuidados com o meio ambiente é uma realidade. Os recursos do planeta estão cada vez mais escassos e, quando falamos da postura da indústria frente a isso, ignorarmos esse fato é um erro grave. No entanto, não é preciso se desesperar: existem maneiras de se adaptar e colaborar com o meio ambiente sem que qualquer empresa sofra no processo.
Com maior acesso à informação, é possível notar o aumento da pressão sobre as indústrias pela garantia da sustentabilidade de suas produções. A questão abrange não apenas os produtos em si, mas a parte que traz grande impacto para o meio ambiente – as embalagens.
Lançada em 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é um marco nacional na gestão de resíduos sólidos. É ela quem regulamenta a implementação da logística reversa, um importante instrumento de desenvolvimento econômico que tem como objetivo destinar adequadamente os resíduos produzidos no pós-consumo, ou seja, as embalagens, e como elas podem retornar à cadeia produtiva, evitando o acúmulo de rejeitos no meio ambiente.
Mesmo tendo sido implementada há nove anos, ainda é comum ver empresários confusos acerca da PNRS e da logística reversa, mas é importante que todos estejam atentos às suas responsabilidades, pois a fiscalização está aí e as consequências para quem não se adequar não são brandas. No estado de São Paulo, por exemplo, a implementação de um sistema de logística reversa já é um fator condicionante para a renovação do licenciamento ambiental.
Em paralelo à PNRS e à logística reversa, é interessante que as empresas estejam atentas à tecnologia de ponta. Ela pode ser uma importante aliada na caminhada em prol de um planeta mais sustentável, e o investimento em pesquisas pode ajudar a criar embalagens ecologicamente corretas, reduzir a quantidade de material nocivo na sua produção, e até mesmo desenvolver novas fórmulas de invólucro para os produtos. Utilizando as ferramentas corretas, é possível, além de cumprir com a legislação e colaborar para a melhora do meio ambiente, sair a frente no mercado que está cada vez mais competitivo.
Por fim, um outro ponto importante a ser ressaltado é que, independentemente do tipo de embalagem produzida, não devemos “demonizar” nenhum tipo de material. O plástico, por exemplo, tem sido o vilão da vez, mas será que o problema todo está nele ou no seu uso e descarte incorreto? Tudo passa pela conscientização do cidadão. A reflexão é válida, e o planeta Terra agradece.
*Rommel Barion é presidente do InPAR – Instituto Paranaense de Reciclagem –, e do Sincabima – Sindicato das Indústrias de Cacau e Balas, Massas Alimentícias e Biscoitos, de Doces e Conservas Alimentícias do Paraná.
Com maior acesso à informação, é possível notar o aumento da pressão sobre as indústrias pela garantia da sustentabilidade de suas produções
Não devemos “demonizar” nenhum tipo de material. O plástico, por exemplo, tem sido o vilão da vez, mas será que o problema todo está nele ou no seu uso e descarte incorreto?