Política

Setor produtivo pede a não renovação das concessões ferroviárias no Sul

No foco do debate estavam os estudos técnicos de demanda para concessão de trilhos da Ferrovia Norte/Sul

Brasília – Representantes do setor produtivo da região oeste do Paraná estiveram durante a semana em Brasília onde participaram, ao lado de líderes dos estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, de audiência pública no Ministério de Infraestrutura e Logística. No foco do debate estavam os estudos técnicos de demanda para concessão de trilhos da Ferrovia Norte/Sul, que compreende 952,4 quilômetros do traçado desde o interior de São Paulo, na cidade de Panorama, até Chapecó (SC), e 832,9 km entre Chapecó até o Rio Grande (RS).

O encontro contou com a participação do ministro Tarcísio Gomes de Freitas.

Segundo o vice-presidente da Câmara Técnica de Infraestrutura e Logística do POD (Programa Oeste em Desenvolvimento), Edson Vasconcelos, dentre os questionamentos feitos pelo ministro e pelo corpo técnico estiveram as condições da atual concessão que não opera boa parte da malha sul.

O grupo, também composto por líderes políticos, aproveitou para pedir uma avaliação criteriosa ao Ministério para a não renovação de concessão ferroviária da malha sul. Eles se manifestaram descontentes com os modelos ou os conceitos de concessão atuais que avaliaram operar sem concorrência e ao que denominaram de “falta clara de eficiência” e com muitos trechos abandonados.

Esse pedido envolve a concessão com a Rumo, que opera no norte do Paraná e no gargalo da Ferroeste, de Guarapuava a Paranaguá.

O tema agora deverá ser estudo pelo corpo técnico. A concessão da Rumo, por exemplo, vence em 2027.

Conforme Vasconcelos, outro pedido diz respeito à análise das concessões feitas fora do Brasil que possam servir de modelo ou de orientação prática nas concessões futuras.

O avanço da cabotagem no Brasil também esteve entre os assuntos abordados, o que, para os participantes, representaria um aumento potencial do modal ferroviário. “O ministro percebeu que o Sul não entende a renovação da malha ferroviária como algo positivo e que o debate vai ser muito intenso”, revela.

A comitiva regional aproveitou ainda para debater em Brasília outros assuntos relacionados a infraestrutura e logística com projetos que possam beneficiar a região oeste do Paraná.

Reportagem:  Juliet Manfrin