Cotidiano

Prestação de contas da Diplomata é apresentada em audiência pública

Falência foi decretada em dezembro passado e a dívida ultrapassa a R$ 1,3 bilhão

Cascavel – José Alceu Gaio é agricultor em Santa Tereza do Oeste e há dez anos entregava milho e soja à Diplomata. Ele é um dos credores que participaram na sexta-feira (24) de uma audiência pública no auditório da Univel, na qual foram prestadas as contas referentes à administração judicial das empresas que pertenciam ao empresário e deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB).

“A última entrega ocorreu em julho de 2012, quando parei de receber da empresa. Foi então que acabou a confiança e decidi parar de ter prejuízo. Se não fosse a Justiça não sei o que seria de nós. Minha dívida é de R$ 5 mil, parece pouco, mas para mim faz muita diferença no orçamento”, cobra o agricultor.

O produtor Jaime Lazaroto, um dos representantes da Associação de Microrregião de Fronteira de Santo Antônio, também tem contas a receber.

“Não recebemos três lotes das aves que foram entregues ao frigorífico. A soma está avaliada em R$ 60 mil. Ao todo, 96 avicultores foram lesados com o não pagamento. Fizemos greves muitas vezes e graças à Justiça hoje aguardamos por um leilão”, comentou.

Os gráficos referentes ao frigorífico, fábrica de ração, Diplomata Petróleo e RCK Comunicações – proprietária dos Jornais Hoje, O Paraná e Tribuna de Umuarama – foram apresentados aos credores.

“Das três empresas continuadas apenas os jornais ainda não estão dando lucro. Mas estamos trabalhando para mudar esse cenário. Estão previstos novos contratos para o próximo mês. O credor tomou conhecimento do que aconteceu durante os sete meses após a quebra e o que será feito adiante”, relata o responsável pela gestão judicial das empresas, César Luis Scherer.

Também foi apresentada a quantidade de imóveis, veículos e móveis que poderão ir a leilão. Os gestores ainda apresentaram gráficos das empresas desativadas como Dipflex, Laticínio Itaipulândia e Super Dip – mercados.

O administrador judicial Claudio Montoro afirma que a prioridade é manter as atividades que dão lucro, empregos e a quitação das dívidas.

“Estamos trabalhando para manter os empregos e as atividades. Ainda não temos um número exato de credores, mas podem estar próximo de mil. Fizemos o levantamento dos bens que estão aptos a serem leiloados neste momento. São bens que não serão utilizados pelas empresas continuadas e sobre os quais não existe discussão jurídica. A previsão é de que estes bens representem aproximadamente R$ 42 milhões. Mas, ainda não existe uma nova data para este leilão”, acrescenta.

A falência do grupo foi decretada em dezembro do ano passado e a dívida, segundo os gestores, já ultrapassa a R$ 1,3 bilhão.