Economia

Dólar sobe e vai a R$ 5,25; Bolsa recua com avanço de variante

O Paraná confirmou mais quatro casos da variante, chegando a 13 casos confirmados da variante delta, com seis óbitos, mas ainda não considera transmissão comunitária

Dólar sobe e vai a R$ 5,25; Bolsa recua com avanço de variante

São Paulo – O temor ante o avanço da variante Delta pesou nos ativos locais nessa segunda-feira (19), com o dólar fechando em forte alta de 2,64%, a R$ 5,2506, no maior avanço porcentual desde 18 de setembro de 2020. O mau humor atingiu também a Bolsa brasileira (B3), que cedeu 1,24%, aos 124.394,57 pontos, em sintonia com a forte queda do mercado de Nova York. Ontem, a OMS (Organização Mundial da Saúde) revelou que a cepa do coronavírus já circula em mais de 111 países.

O Paraná confirmou mais quatro casos da variante, chegando a 13 casos confirmados da variante delta, com seis óbitos, mas ainda não considera transmissão comunitária.

Em sessão virtual da OMS, a líder técnica da resposta à pandemia, Maria Van Kerkhove, ressaltou que o número de países com a nova variante pode ser ainda maior, dada a limitação de fazer o sequenciamento do vírus em alguns países. “Estamos buscando entender por que a variante Delta é mais transmissível”, disse Kerkhove. O objetivo, segundo ela, é reunir todas as informações sobre a cepa e estudar se precisarão ser feitas mudanças nas orientações da OMS.

“Por um lado, a França está reabrindo para turistas vacinados e o Reino Unido colocando fim ao distanciamento social, no momento em que a variante Delta tem preocupado a todos. Já vemos alguns casos de contaminação de covid-19 em atletas em Tóquio, ainda antes do início da Olimpíada. E as aglomerações vistas na Eurocopa, especialmente no estádio de Londres, foram de assustar. Começa a se falar em terceira dose de vacina”, diz Rodrigo Friedrich, sócio e head de renda variável da Renova Invest.

Assim, no exterior, as bolsas refletiram os “temores da propagação do coronavírus com a variante Delta, além do forte recuo do petróleo após divulgação da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) de que (os países-membros) concordaram em aumentar, durante este ano, os limites de produção do petróleo”, observa em nota a equipe de análise da Terra Investimentos, destacando também o avanço observado no índice de volatilidade VIX. Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq em quedas de 2,09%, 1,58% e 1,06% cada.

“A decisão (da Opep+) foi de elevar a produção de petróleo em 400 mil barris por dia até o final de 2022. Tal medida deve começar a valer a partir de agosto de 2021, mas com uma reavaliação em dezembro deste ano”, observa, em nota, o economista Guilherme Sousa, da Ativa Investimentos. “Hoje, sabemos que existe defasagem do preço praticado na gasolina doméstica em relação ao internacional, de aproximadamente 15%. O aumento de produção pode trazer um alívio nos preços dos combustíveis aos consumidores, no curto prazo, e essa defasagem deverá ser reduzida”, acrescenta.