Política

Damasceno prefere o silêncio; Câmara reforça segurança

Essa pode ser a penúltima sessão da sua carreira política

Damasceno prefere o silêncio; Câmara reforça segurança

Definidos os trâmites para a votação da cassação do seu mandato, ontem o vereador Damasceno Júnior (PSDC) preferiu o silêncio na que pode ser a penúltima sessão da sua carreira política. O parlamentar se restringiu a votar favoravelmente a todos os projetos.

Para blindar a Câmara da sua primeira cassação, cogita-se que Damasceno renuncie ao cargo. Isso não o livra das investigações do Gaeco nem das implicações legais pelos seus atos.

Para sepultar esse escândalo, o presidente da Câmara, Alécio Espínola (PSC), convocou para esta quinta-feira sessão extraordinária, às 9h, para votação do parecer da Comissão de Ética, que pede a cassação do mandato de Damasceno por quebra de decoro parlamentar. Damasceno foi denunciado por cobrar devolução dos salários de assessores.

Diante de supostas ameaças, a presidência decidiu implantar um sistema rigoroso de segurança de hoje até quinta-feira. Alécio determinou que, com exceção dos vereadores, todos devam entrar exclusivamente no prédio pela porta da Rua Pernambuco. É a única entrada com detector de metais.

Para evitar agressões físicas e verbas, bem como a entrada de objetos que possam causar perigos aos servidores e ao povo, ele decidiu pelo zelo. “Em função da relevância desse assunto para a sociedade e considerando que cabe à presidência manter a ordem e a segurança de todos, vamos reforçar a segurança da Câmara e no dia da sessão pediremos o auxílio da Polícia Militar”, afirma Espínola.

A reportagem tentou falar com a advogada de Damasceno, Raquel Trentin Rossi, que não atendeu as ligações nem retornou as chamadas.

Duas horas para defesa

O rito da sessão especial de quinta-feira funcionará da seguinte maneira: o presidente faz a chamada dos vereadores, o relatório é lido na íntegra, os advogados da defesa têm duas horas para apresentar os argumentos em favor do vereador acusado e na sequência a palavra é aberta para que os parlamentares justifiquem o voto. A cassação só acontece com o voto favorável de pelo menos dois terços dos vereadores, ou seja, 14 votos.

Reportagem: Josimar Bagatoli