Na região de Curitiba, as manifestações contra a Reforma da Previdência ocorrem em vários pontos da cidade. Trabalhadores da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), estão concentrados em um ato em frente à entrada da empresa, sem reflexos ao movimento da BR-476, segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal).
A principal manifestação, no entanto, está concentrada na esquina da Rua João Negrão com a Marechal Deodoro. De lá, os trabalhadores e trabalhadoras seguem para o prédio do INSS. A mobilização é uma resposta à Reforma da Previdência proposta do governo de Michel Temer, cuja discussão na Câmara Federal deve começar na terça-feira (20), conforme anúncio do presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Entre as categorias que participarão do protesto estão os professores da Rede Estadual, bancários. Nas escolas a adesão ao protesto foi baixa. Nesta segunda, 19, ocorre o primeiro dia letivo na rede estadual de ensino do Paraná. Das 2.144 escolas do estado, 12 não tiveram aulas (0,5% do total), em função da adesão dos professores à greve geral nacional, desencadeada nesta segunda-feira. Outras 25 escolas do estado estão com adesão parcial de professores ao movimento (1,16% do total), sendo que estão sendo ministradas aulas de 30 minutos ou parte dos professores não compareceu ao trabalho.
A Secretaria informa ainda que a orientação do Governo do Estado é que sejam lançadas faltas aos profissionais que não comparecerem ao trabalho e não justificarem a ausência.
Uma aula pública sobre a Reforma da Previdência foi realizada às 11h na Boca Maldita. Mas, antes, professores fizeram uma ação de panfletagem no Terminal Guadalupe.
O anúncio da votação para o dia 20 de fevereiro é a última cartada de Michel Temer para tentar aprovar a reforma. A avaliação é de que a partir de março toda a atenção estará voltada para as eleições e, portanto, sem clima para levar ao plenária um retrocesso social deste porte.
Efeitos
A socióloga Adriana Marcolino, em seminário promovido pela CUT Paraná durante o ano passado, apontou as falhas de argumentação ligadas ao suposto déficit levantado pelo governo. São três pontos: a desvinculação de receitas da União, estados e municípios que retiram até 30% dos recursos para pagamento de outros gastos, a chamada DRU.
A segunda é o conjunto de desoneração sobre o caixa da seguridade. “A outra é a sonegação. Até janeiro de 2107 ele representou R$ 443 bilhões e o suposto déficit é de R$ 165 bilhões, ou seja, somente a sonegação é quase três vezes o valor que eles alegam”, sentenciou.
Na ocasião, Adriana também avaliou que outros interesses envolvem a tentativa de reforma da previdência. Um deles é fazer com que a classe trabalhadora migre para o sistema privado dos bancos. “Se você contribui com R$ 74 mensais durante 35 anos vai ter uma aposentadoria de R$ 937. Mas se colocar esse mesmo recurso na previdência privada receberá R$ 165”, exemplificou.
Na parte da tarde, o movimento deve se concentrar em frente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). O ato está agendado para as 14 horas.