Economia

Com queda de 40% em julho, oeste exporta 26% a menos que em 2019

Em valores correntes (sem descontar a inflação), o acumulado é o segundo melhor da história, atrás apenas de 2019, quando todos os recordes foram batidos

Com queda de 40% em julho, oeste exporta 26% a menos que em 2019

Cascavel – Pelo quinto mês consecutivo, o oeste do Paraná registra queda nas exportações na comparação com 2019. E a segunda maior queda foi registrada em julho, de 40,4%. Foram exportados US$ 162,9 milhões no mês, contra US$ 271,6 milhões ano passado. Com isso, no acumulado, foram exportados 26% a menos que ano passado. Nos sete meses, foram comercializados US$ 1,136 bilhão. No mesmo período do ano passado, a região já havia despachado US$ 1,542 bilhão.

Em valores correntes (sem descontar a inflação), o acumulado é o segundo melhor da história, atrás apenas de 2019, quando todos os recordes foram batidos.

Na região, nove municípios respondem por 97% dos valores exportados. Neste ano, destaque para Céu Azul, que registra crescimento de 310% em relação ao ano passado, graças, principalmente, a US$ 24 milhões de soja enviados para a China.

Também tiveram aumento Medianeira (28%), Marechal Cândido Rondon (25,6%) e Cafelândia (1,8%).

A queda mais expressiva continua sendo de Toledo, que vendeu neste ano 96% a menos que no mesmo período do ano passado.

Outro fator que chama a atenção é a remuneração. Embora tenha faturado 26% a menos de janeiro a julho, o volume enviado para fora do País é 41% menor: 1,321 milhão de toneladas em 2020, contra 2,238 mi/ton ano passado. Boa parte dessa diferença se explica pela queda nas exportações de soja, cuja venda caiu dois terços: US$ 125 milhões neste ano, contra US$ 429 milhões em 2019.

As aves também tiveram queda, de 8,8%: US$ 628 milhões contra US$ 689 milhões ano passado.

Terceiro item mais expressivo da pauta comercial, os suínos ganharam espaço e cresceram 24% em um ano: US$ 101 milhões foram exportados de janeiro a julho deste ano, contra US$ 81 milhões ano passado.

Quando analisados em complexos, carnes respondem por 75% das exportações da região (US$ 820 milhões) e grãos por 11,9% (US$ 129 milhões). Ano passado, essa proporção era diferente: 53% do complexo carnes e 25% de grãos.

 

China aumenta participação

Embora tenha comprado 19,7% a menos neste ano da região, a China respondeu por 37,9% de tudo o que foi exportado neste ano. Em 2019, ela representava 33,6%.

O Paraguai também comprou menos (6%) e um dos motivos é o fechamento da fronteira com o Brasil desde metade de março, o que dificultou a travessia terrestre.

Juntos, China, Paraguai e Japão respondem por 54,5% das exportações da região.

Dentre os principais parceiros comerciais da região, quem mais deixou de comprar do oeste foi a Espanha (-80%) e a Alemanha (-61,8%). Em contrapartida, Cingapura exportou 60,5% a mais que em relação ao ano passado.

Disparam exportações de carne suína

As exportações brasileiras de carne suína (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 100,4 mil toneladas em julho, informa a Abpa (Associação Brasileira de Proteína Animal).  O saldo supera em 47,9% as vendas realizadas no mesmo período de 2019, com 67,9 mil toneladas.

Em receita, o saldo total de julho chegou a US$ 203,1 milhões, número 37,3% superior ao registrado em julho do ano passado, com US$ 147,9 milhões.

No acumulado do ano, as vendas do setor cresceram 38,78%, com 579,9 mil toneladas exportadas entre janeiro e julho deste ano, contra 417,8 mil toneladas exportadas no mesmo período de 2019. Em receita cambial, a alta chega a 49,9%, com US$ 1,279 bilhão, contra US$ 853,5 milhões nos sete primeiros meses do ano passado.

As vendas para os países asiáticos seguem impulsionando os embarques do setor. Apenas para a China foram exportadas 282,1 mil toneladas, 143% a mais que no mesmo período de 2019. Hong Kong, com 107,7 mil toneladas (+17%), Cingapura, com 32,9 mil toneladas (+49%) e Vietnã, com 16,9 mil toneladas (+90%) também se destacam entre os principais importadores.

Frango

As exportações brasileiras de carne de frango totalizaram 364,6 mil toneladas em julho, volume 5,7% menor em relação ao saldo registrado no mesmo mês de 2019, com 386,9 mil toneladas. No mesmo período, a receita cambial das exportações alcançou US$ 498,2 milhões, número 25% menor em relação ao registrado em julho de 2019, com US$ 664,1 milhões.

Já no acumulado do ano, o setor mantém alta de 0,5%, com 2,471 milhões de toneladas exportadas em 2020, contra 2,458 milhões de toneladas em 2019. O resultado em receita chegou a US$ 3,642 bilhões, número 11,4% menor em relação ao mesmo período comparativo do ano passado, com US$ 4,112 bilhões.

Do total, 988,3 mil toneladas foram para a Ásia, sendo 406,8 mil toneladas (+29%) para a China.

Carne bovina

Segundo a Abrafrigo, foram exportadas em julho 194.093 toneladas, com receita de US$ 776,3 milhões, crescimento de 17% no volume e de 22% na receita, recorde de vendas desse produto ao exterior.

O mercado chinês é o grande responsável por esse crescimento, mantendo seu apetite mês a mês: em junho, os chineses compraram 77.200 toneladas e, em julho, 115.186 toneladas. No ano, 479 mil toneladas foram para os chineses.