Política

Coluna Contraponto do dia 11 de setembro de 2018

Alvaro Dias é socialista?

Que Lula, que nada! Vai pra lá Psol! Quem está fazendo o discurso mais socialista desta campanha eleitoral é o presidenciável Alvaro Dias (Podemos). Ontem, na entrevista para UOL, Folha e SBT, ele foi direto e reto: “Rico tem que pagar mais [imposto] e pobre pagar menos”. E descarregou a caixa de ferramentas ao afirmar, com categoria, que “o Brasil é o Paraíso dos Banqueiros”. Quem imagina que o discurso é para conquistar votos de petistas, comunistas, gregos e troianos, erra. No peito de Alvaro Dias bate, sim, um coração socialista. E quem tem memória lembra: lá pelos anos 90, quando governava o Paraná, o mesmo Alvaro Dias surpreendeu o Brasil ao visitar um presídio em São José dos Pinhais e afirmar: “Desde o descobrimento, nas prisões brasileiras só tem pé de chinelo. Rico não fica preso”. Estava certo, certíssimo.

Longa espera

Foi preciso esperar mais 30 anos para que os primeiros ricos e bem nascidos habitassem as celas de uma prisão paranaense. Talvez por isso, o senador presidenciável carrega a admiração pelo juiz Sérgio Moro como guia da campanha eleitoral. E a frase sobre taxar ricos e preservar os pobres, convenhamos, caberia até num discurso do finado Fidel Castro. Seria Alvaro Dias um socialista mesmo?

Os guarda-sóis

A juíza Graciene Lemos, do Tribunal Regional Eleitoral, proibiu domingo o candidato Ratinho Junior (PSD) de usar guarda-sóis para divulgação da sua campanha eleitoral. Na propaganda, considerada irregular, a juíza acatou a representação com pedido de limar da coligação Paraná Decide. “Defiro a liminar pleiteada para determinar aos representados que se abstenham de usar guarda-sóis para divulgação de sua propaganda eleitoral sob pena do pagamento de multa no valor de R$ 100 mil por descumprimento”.

Não pode

A juíza diz que o artigo 14 da Resolução TSE 23.551/17 proíbe a afixação de qualquer tipo de propaganda por meio de pichação, inscrição à tinta e exposição de placas, estandartes, faixas, cavaletes, bonecos e assemelhados.

Por que não

A magistrada afirma em seu despacho que acatou o pedido de liminar porque considerou que a provável demora no julgamento da representação “repousa na quebra da isonomia, na medida em que permitir a continuidade de propaganda em desacordo com a legislação em vias públicas favorece a candidatura exposta de forma mais ostensiva em detrimento de outros candidatos”.

Interpelado

O prefeito de Alvorada do Sul (norte do Paraná), Marcos Voltarelli, entrou com interpelação judicial criminal contra o ex-diretor-geral do DER Nelson Leal Jr. – o delator premiado que abriu as portas para que o Ministério Público Federal aprofundasse investigações em torno da tentativa de fraude para a duplicação e exploração do pedágio da PR-323.

Provas

O prefeito quer que Nelson Leal prove a afirmação que fez aos procuradores do MPF segundo a qual partiu dele a informação de que Beto Richa seria dono de uma fazenda no seu município, em sociedade com o amigo-empresário-operador Jorge Atherino. Segundo Voltarelli, ele nunca disse isso e que nem sequer conhece Nelson Leal ou Jorge Atherino. E com o ex-governador manteve apenas contatos formais em eventos de assinatura de convênios e numa recente entrega de título de Cidadão Honorário de Alvorada a Beto Richa. Nada mais.

Prazo

O prefeito dá dez dias de prazo para Leal dê as explicações quanto à citação de seu nome como autor de “menções acerca das condutas e outras práticas vinculadas ao Sr. Carlos Roberto Richa (Beto Richa) e Jorge Atherino.”