Economia

Bolsa fecha aos 120 mil pontos, no melhor patamar desde fevereiro; dólar cai 0,8%

Nesse cenário, o dólar teve um dia mais ameno no mercado global

Bolsa fecha aos 120 mil pontos, no melhor patamar desde fevereiro; dólar cai 0,8%

São Paulo – A Bolsa brasileira (B3) fechou em alta de 0,84%, aos 120.294,68 pontos nessa quarta-feira (14), completando a sua terceira alta seguida e também no maior patamar desde o dia 17 de fevereiro. O bom desempenho, assim como nos principais índices do exterior, veio na esteira do resultado positivo dos balanços do primeiro trimestre do setor financeiro americano. Nesse cenário, o dólar teve um dia mais ameno no mercado global, encerrando por aqui com queda de 0,82%, cotado a R$ 5,6705.

“O avanço das commodities continua acontecendo, globalmente, com base na expectativa de uma retomada mais forte da economia americana. Os resultados no primeiro trimestre de grandes bancos, como JP Morgan e Goldman Sachs, um setor cíclico, reforçam a perspectiva positiva para o ano nos Estados Unidos”, observa Erminio Lucci, CEO da BGC Liquidez. No mercado, a percepção é de que a economia americana está se recuperando do pior momento da crise.

“Os resultados um pouco acima do esperado dos bancos também corroboram a percepção de que a economia americana tem se recuperado bem rápido”, diz Leonardo Milane, economista e sócio da VLG Investimentos. Nesse cenário, animou o mercado a declaração de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), de que, mesmo com o cenário favorável, a entidade monetária não pretende alterar sua política de estímulos.

Porém, Lucci chama atenção para outro ponto: apesar da recuperação do Ibovespa, estendida de março para esta primeira quinzena de abril, o giro financeiro tem se mantido fraco, e a volatilidade, contida, refletindo o grau de incerteza que afeta, em especial, a economia doméstica. Ainda assim, ele identifica busca por “ativo real”, especialmente em setores que acompanham a demanda externa, como o de commodities. Aqui, acrescenta Lucci, o apelo das ações reflete ainda o ambiente de juros reais negativos, com o “próximo Copom já precificado”. A expectativa, na próxima reunião, é que o Banco Central suba a Selic em mais 0,75 ponto percentual. Atualmente, a taxa está a 2,75%.