Cotidiano

Terminais carecem de acessibilidade

O piso tátil não acompanha o fim da rampa

Terminais carecem de acessibilidade

Fiscais do Crea-PR (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná) verificaram na tarde de ontem as condições de acessibilidade nos Terminais Urbanos de Transporte de Cascavel. Diversos apontamentos foram feitos pelos fiscais.

“Algumas rampas estão fora da norma que estabelece que elas devam ter no máximo 8.33% de elevação. Algumas torneiras também não atendem à norma para cadeirantes, assim como a sonorização, sinalização em braile e o entorno dos terminais, que também estão em desacordo”, explica o gerente regional do Crea-PR, Geraldo Canci.

As dificuldades apontadas são vividas na prática pelo deficiente visual e coordenador da Comissão Permanente de Acessibilidade, Josué dos Santos (foto). Ele conta que utiliza o transporte coletivo todos os dias e que passa pelos terminais Oeste e Nordeste.

Para ele, os problemas são vários. “Falta piso tátil que nos direcione para as placas com os nomes das linhas e quando passamos pela rampa de acesso também não tem piso tátil, não tem leitura em braile nas placas e há as bancas de ambulantes, que atrapalham na mobilidade”, afirma Josué.

Outra dificuldade citada por Josué é a falta de padronização do piso tátil do lado de fora dos terminais, facilmente confundidos com o paver, material utilizado na construção das calçadas. “O material não oferece confiabilidade porque não tem como diferenciar. O bloco da linha é menor do que o padrão”, explica Josué.

Cadeirante

Já para o cadeirante Leandro Nascimento, o maior problema está nos banheiros. “No terminal Oeste a porta abre para dentro e eu tenho que empurrar com a cadeira para conseguir entrar. Esses dias eu precisei pedir ajuda para sair do banheiro, porque não conseguia abrir a porta”, conta.

O terminal com mais irregularidades apontadas pelos fiscais do Crea-PR foi o Sul, o único que não recebeu melhorias ou reformas recentemente.

Adequações

Os fiscais do Crea-PR também levaram em conta as condições oferecidas à pessoas com mobilidade reduzida, como obesos e gestantes, que também precisam de inclusão e independência para se locomover.

Durante a fiscalização, os pontos apontados foram fotografados e farão parte de um relatório que será entregue à Prefeitura com a intenção de conseguir as melhorias sugeridas. “Esperamos que a resposta venha rápida e que o Município se manifeste com as obras de melhorias”, afirma o gerente regional do Crea-PR, Geraldo Canci.

O Instituto de Planejamento de Cascavel informou que deve se posicionar sobre as questões apontadas somente após receber o relatório.

Reportagem: Milena Lemes