RIO – O prefeito Eduardo Paes anunciou na segunda-feira que planeja repassar entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões ao Comitê Rio 2016 para a realização da Paralimpíada, em setembro. Para isso, recorrerá da decisão da Justiça Federal que impede o uso de verbas do município e da União no evento.
Após se reunir com o presidente do Comitê Paralímpico Internacional, sir Philip Craven, o prefeito revelou que, ?há duas ou três semanas?, diagnosticou que o Rio 2016 não teria os recursos exigidos para organizar a competição.
? Se for necessário, a prefeitura aportará recursos de seu cofre, sem devolução ? assegurou Paes. ? É um evento incrível, uma história de superação do esporte, mas, como negócio, não é atraente para os patrocinadores e para a transmissão de TV, e há uma dificuldade maior para a venda de ingressos. Por isso, estamos nos sentindo à vontade para dar o subsídio.
O valor exato do déficit da Paralimpíada é desconhecido pela União e pela prefeitura, segundo uma fonte ligada a representantes do setor público que acompanham os preparativos para o evento. Ainda de acordo com ela, o Comitê Rio 2016 sempre trabalhou com a premissa de que haveria um orçamento único para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, sem prestar contas separadamente. As melhores (ou piores) caretas dos Jogos Olímpicos
O principal problema da Paralimpíada seria a baixa procura por ingressos ? uma outra fonte do GLOBO afirmou que apenas 12% foram vendidos até ontem. A situação ficou mais crítica quando a Justiça proibiu que a prefeitura comprasse e distribuísse entradas entre servidores públicos. Acreditava-se que essa iniciativa seria uma espécie de propaganda boca a boca para a competição.
O argumento da Justiça Federal para proibir o repasse de verbas foi a falta de transparência sobre as receitas e despesas do Comitê Rio 2016. Este, por sua vez, ressalta que, por ser uma instituição privada, não segue as regras de prestação de contas do poder público.