De volta às competições internacionais após a conquista da inédita medalha de ouro na Olimpíada do Rio, Rafaela Silva chegou a Paris cheia de expectativa. Ostentando o ?backnumber? dourado nas costas ? deferência dada apenas aos campeões olímpicos ? e na primeira grande disputa sob as novas regras estabelecidas pela Federação Internacional de Judô, ela tinha o desafio de, pela primeira vez na carreira, vencer um Grand Slam. Mas não deu.
Derrotada pela anfitriã Priscilla Gneto, que conseguiu dois wazaris, na disputa do bronze, Rafaela terminou na quinta colocação, na categoria até 57kg. A brasileira, que derrotou Sum Po Leung, de Hong Kong, na primeira luta, tropeçou diante da sul-coreana Youjeong Kwon, perdendo a chance de disputar o ouro. Na repescagem, superou a canadense Catherine Beauchemin-Pinard, mas não conseguiu bater Gneto na briga pelo pódio.
? Sei que por causa do ouro olímpico as atenções estarão voltadas para mim, então, treinei forte e com muita seriedade para começar bem o ano. A competição será em alto nível e reunirá as principais judocas do mundo, não posso vacilar em nenhum momento. Quero ser campeã ? disse a brasileira antes da estreia, acreditando que, dessa vez, desencantaria em Grand Slams.
TAKABATAKE TAMBÉM É QUINTO
O quinto lugar foi o melhor que o Brasil conseguiu ontem, no primeiro dia do Grand Slam. Além de Rafaela, Éric Takabatake (até 60kg) terminou nesta colocação. Ele venceu as duas primeiras lutas, contra Amarbold Jagvaraldorj, da Mongólia, e Lukhumi Chkhvimiani, da Geórgia, mas acabou sendo derrotado em seguida por Sharafuddin Lutfillaev, do Uzbequistão. Na repescagem, levou a melhor contra o alemão Moritz Plafky, mas perdeu o bronze para Safarov Orkhan, do Azerbaijão.
Na categoria até 52kg, Sarah Menezes (campeã olímpica em Londres-2012 no peso 48kg) e Érika Miranda terminaram em sétimo. Na repescagem, a primeira perdeu para a francesa Astride Gneto; já a segunda sucumbiu à russa Natalia Kuziutina.
Neste domingo, a competição continua, com oito brasileiros no tatame. Entre eles, Maria Suelen Altheman. Eliminada na primeira luta na Olimpíada do Rio, ela diz que os Jogos de 2016 ficaram para trás e, agora, só interessa olhar para a frente, pensando em ciclo olímpico que a leve a Tóquio-2020.
? O Circuito de Paris é um dos mais fortes do calendário. Já medalhei no Japão e Abu Dhabi. Agora, falta o Grand Slam da França para completar. Estou muito motivada ? disse ela, que compete na categoria + 78 kg.
As preliminares começam às 7h e as finais estão programadas para as 14h.