RIO – Os Jogos Panamericanos de 2019, em Lima, no Peru, tornaram-se o centro de uma controvérsia que divide autoridades do país. Castigado por chuvas torrenciais e afetado por inundações e deslizamentos de terra, com mais de 40 mortes desde o início do ano, o Peru pode desistir de sediar o evento com sede em Lima, capital do país. O prefeito da cidade, Luis Castañeda Lossio, defende o adiamento do Pan para que os recursos disponíveis sejam utilizados para atender as vítimas.
? Devemos adiar os Jogos Panamericanos. Eu acho que todas as instituições internacionais entendem que não é por preguiça ou desleixo. Há uma urgência, uma vez que temos que privilegiar as vidas. Temos que destinar todos os nossos recursos aos mais necessitados ? disse o prefeito de Lima, em entrevista ao jornal ?El Comercio?.
Já o primeiro-ministro peruano, Fernando Zavala, disse que Lima não deve desistir de sediar o PAN.
? Nós temos as condições, e a equipe que pode levar a cabo a execução dos Jogos ? disse Zavala, em uma entrevista coletiva.
O ministro da Economia, Alfredo Thorne, garante que o orçamento para os Jogos Panamericanos não tem nenhuma relação com o dinheiro que será atribuído para lidar com emergências.
? O esporte é um elemento fundamental de nossas vidas. Os Jogos Panamericanos e as obras que estão sendo feitas contribuirá para o crescimento econômico ? disse o ministro.
Já a presidente do Congresso, Luz Salgado, diz que a situação de emergência causada pelas chuvas é grave. A parlamentar defende agilizar, no congresso, projetos de lei que visem destinar recursos que estavam reservados para obras do Pan para que sejam destinados às áreas atingidas.
? Sabemos que a emergência é bastante grave. Se há recursos, precisamos atendê-las primeiro. Eu entendo os esportistas, mas diante de uma emergência tão grande, eu pessoalmente acho que devemos decidir que não mais ? disse ela, referindo-se à realização do Pan 2019.