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Percurso da equitação terá homenagens a pontos turísticos e favela de fundo

RIO ? Em homenagem à cidade olímpica, a prova de cross country do CCE (Concurso Completo de Equitação), em Deodoro, vai ter referências a vários pontos conhecidos dos cariocas. Até mesmo as favelas. Não, elas não estarão representadas nos obstáculos, mas logo no início do percurso, ao fundo, pode ser vista uma pequena comunidade em uma das encostas atrás do Centro de Hipismo. De lá, os moradores terão visão privilegiada dos conjuntos de todo o mundo. Links esportes dessa sexta

O visual fará parte da prova, que contará com 33 obstáculos, e a organização não pretende esconder a área. Nem mesmo da transmissão oficial do evento evitará tomadas que não mostre a favela, e não há preocupação com a segurança por causa da distância.

Para o percurso, alguns temas foram mais clichês, como o calçadão de Copacabana e a Apoteose. Porém, o francês Pierre Michelet, course-designer do CCE, não desperdiçou bom humor ao montar a pista. Um dos obstáculos simula um espetinho de churrasco, petisco tradicional das ruas do Rio de Janeiro.

A beleza do percurso, considerado pelos organizadores da prova um dos mais bonitos já montados, no entanto, não esconde a dificuldade que atletas humanos e não humanos terão. De padrão quatro estrelas, o mais alto da categoria, os obstáculos exigem destreza, força e habilidade para superar os 1,20m de cada um, além dos lagos, e descidas íngremes.

IMG_0045.JPGA estética, no entanto, não deixa transparecer os números grandiosos do percurso. A maior parte dos obstáculos é formada por toras de mais de duas toneladas. Todo o material foi produzido e montado pela empresa britânica Willis Brothers, que venceu a licitação no ano passado e também foi responsável pelo evento-teste ano passado. Tudo chegou de navio em julho e foi acompanhado pelo brasileiro Oli Rosa, que fez a intermediação entre os britânicos e o francês.

– O processo todo foi de quase dois meses. Em novembro, eles montaram os fixos, e desde o mês passado, oito representantes da empresa estão aqui para preparar o restante – contou o brasileiro, que tem apenas uma preocupação: manter a grama macia para evitar lesões dos cavalos. – Aqui, no Rio, temos um problema, que é o clima. A demanda de água é muito grande para o gramado não ficar seco.

Montado no mês passado, o percurso vem sendo projetado há dois anos, desde o evento internacional, em abril de 2014. Michelet reconheceu o local, que tem mais de 200 hectares, e começou a pensar na pista, que usa cinco quilômetros da área. Será a primeira experiência olímpica do francês no comando.

– Há 20 anos faço isso, mas dessa vez deu mais trabalho, e é o mais importante de todos – resumiu Michelet.

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