Há bem mais de uma razão para olhar com especial curiosidade a estreia de hoje da seleção brasileira na Copa América, às 23h (horário de Brasília), em Los Angeles, contra o Equador. Além de ser a seleção em campo, buscando evoluir coletivamente em meio à rotina de raras chances de treinos nas eliminatórias, chamam a atenção alguns jogadores que estarão colocando em jogo o espaço de que desfrutarão em futuras convocações. E, como se não bastasse, também será posta à prova a força do adversário, vice-líder das eliminatórias e próximo rival do Brasil quando a disputa por um lugar na Copa da Rússia recomeçar, em setembro. O jogo de hoje, no estádio Rose Bowl, palco da final da Copa de 1994, terá transmissão da TV Globo e do Sportv.
A sucessão de cortes faz com que alguns jogadores, inclusive do time titular, enxerguem na competição uma chance de afirmação. A começar por um dos últimos a chegar aos Estados Unidos. Campeão da Liga dos Campeões, Casemiro só se apresentou após a final da disputa europeia. Chegou com a cotação em alta e, após o corte de Luiz Gustavo, por causa de problemas familiares, herdou um lugar no time que vai enfrentar o Equador, hoje. Com ele, Dunga pode solucionar uma questão tática da seleção: um bom passe na saída de bola. Nas eliminatórias, quando lançou mão da dupla de volantes formada por Luiz Gustavo e Fernandinho, o time teve dificuldades para iniciar as jogadas. Fernandinho não foi convocado para a Copa América e, com Luiz Gustavo de titular no amistoso com o Panamá, Dunga testou uma variação tática: Elias ou Renato Augusto buscavam a linha de zagueiros para a saída de bola, adiantando Luiz Gustavo. Com Casemiro, dono de bom passe, este exercício pode não ser necessário.
Outro jogador olhado com especial atenção hoje será Philippe Coutinho. Escalado pelo lado esquerdo contra o Panamá, ocupa a vaga do cortado Douglas Costa. No amistoso, teve sua atuação mais participativa pela seleção brasileira, ajudando a construir jogadas pelo setor esquerdo e, também, buscando o centro do campo. Ajudou a cadenciar e dar pausa à seleção em determinados momentos.
Após usar Neymar como ?falso 9? nas mais recentes rodadas das eliminatórias, o Brasil chega à Copa América sem o seu principal jogador. Preferiu preservá-lo para a disputa dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Assim, a seleção começa hoje a disputa nos Estados Unidos com um homem mais afeito ao jogo dentro da área: Jonas, embora o atacante do Benfica não se restrinja a ficar na área.
O restante do time terá como base a mais recente rodada das eliminatórias, que consolidou Elias e Renato Augusto como peças importantes no meio-campo, fazendo a transição da defesa para o ataque. Os dois, junto a Willian e Philippe Coutinho, vão formar a linha de quatro meias por trás de Jonas, no 4-1-4-1 que Dunga tem adotado para iniciar as partidas.
Há outra mudança forçada na na zaga: Miranda sente dores musculares e dará lugara a Marquinhos, que fará dupla com Gil.
O Equador terá a base que faz ótima campanha nas eliminatórias. Para o ataque, foram convocados dois jogadores atuam no futebol brasileiro: Miler Bolaños, do Grêmio, e Juan Cazares, do Atlético-MG. O zagueiro Erazo, também do Atlético, é outro que joga no Brasil. O time é treinado por Gustavo Quinteros, nascido na Argentina mas também dono de nacionalidade boliviana.
BRASIL X EQUADOR
Brasil: Alisson, Daniel Alves, Marquinhos, Gil e Filipe Luís; Casemiro, Elias, Renato Augusto, Willian e Philippe Coutinho; Jonas.
Equador: Domínguez, Paredes, Achilier, Erazo e Ayoví; Noboa, Gaibor, Fidel Martínez e Jefferson Montero; Miler Bolaños e Enner Valencia.
Juiz: Julio Bascuñán (Chile).
Local: Rose Bowl, Los Angeles.
Horário: 23h (de Brasília).
Transmissão: Rede Globo e Sportv.