A equipe feminina de ginástica artística do Brasil vem sofrendo uma “pressão muito grande” para ganhar medalhas na Olimpíada do Rio, diante de bons resultados obtidos em competições internacionais. O relato é da treinadora do time, Georgette Vidor, que enumerou ao GLOBO quais atletas ela entende como candidatas ao pódio: Flavia Saraiva na trave e Flavia e Rebeca Andrade no individual geral. Por onde a equipe brasileira passa, o questionamento é um só, sobre quantas medalhas a ginástica artística feminina vai conquistar.
– Ao mesmo tempo que temos todas essas chances, a pressão é muito grande. Não existe uma pessoa por quem eu passe que não pergunte: ‘Quantas medalhas vocês vão trazer?’ E as pessoas não estão pedindo uma só não – disse Georgette.
As meninas da ginástica chegaram na noite de sábado ao Rio. Neste domingo, logo no começo da manhã, provaram as roupas que vão usar na competição e, no início da noite, fizeram o primeiro treino no Parque dos Atletas, espaço erguido em frente à Vila dos Atletas, destinado ao treinamento dos competidores. Georgette decidiu fechar o treino à imprensa para “não mostrar tudo” e “não tirar o impacto do que a gente está fazendo”.
Além de Flávia e Rebeca, integram o time Daniele Hypolito, Jade Barbosa e Lorrane Oliveira. Georgette tem um prognóstico para a disputa por equipe:
– A gente tem uma expectativa grande de entrar na final por equipe, e aí são três notas. Podemos morder o quinto lugar. Teremos de fazer a melhor competição da vida e as outras falharem. O COB (Comitê Olímpico do Brasil) acha que a gente tem condições (de medalha), acho difícil. Isso vai depender também de quem estará na banca.
Segundo a treinadora, competir no Brasil é uma vantagem:
– A Daniele adora competir em casa, a Flavia idem, a Jade também gosta. A Lorrane sente um pouquinho mais, ela sente competições. A Rebeca fica na dela. Não cresce como as outras, mas a torcida não a perturba. Há uma expectativa muito grande em relação ao Brasil. A gente quer mostrar que a expectativa é real, que elas estão preparadas.
Para Flávia conseguir uma medalha na trave, ela terá de fazer uma prova “perfeita”, segundo Georgette, como a atleta já faz nos treinos e já fez em competições.
– A gente não está trabalhando com ficção. Ela tem nota para ser finalista e, na hora, é quem fizer menos erro na trave – disse.
O mesmo raciocínio vale para Rebeca no individual geral:
– Ela teria de fazer a melhor competição da vida dela. Acertar os quatro aparelhos e acertar bem. Se acertar bem, faz 59 e é medalha de bronze. Tem de saber quantas farão 59. As duas medalhistas de ouro e prata são dos Estados Unidos, não tem como tirar. E aí vai ter um ‘bololô’ de ginastas disputando medalha de bronze. Rebeca tem condições.
A treinadora já definiu as competidoras por aparelho. Rebeca, Lorrane, Jade e Flávia competem no salto sobre o cavalo e nas barras paralelas. Na trave, serão Daniele, Flavia, Jade e Rebeca. Ainda há dúvidas para o solo; Flavia e Rebeca estão confirmadas.