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Médicos da Chapecoense e diretor de hospital explicam estado de saúde de sobreviventes da tragédia

63123212_PA Medellin Colombia 03-12-2016 Acidente aereo com a Chapecoense O medico Ferney Rodrigue.jpgEm coletiva na tarde desta segunda-feira, os médicos que cuidam dos brasileiros sobreviventes da tragédia do voo da Chapecoense informaram que os pacientes ainda inspiram cuidados intensivos, por isso permanecem internados no CTI. Mas destacaram que todos seguem em recuperação. O estado que requer mais atenção continua sendo o do zagueiro Neto, que não evoluiu mas, pelo menos, não teve regressão em seu quadro. Ele continua sedado e respirando por aparelhos. Neto foi o último a ser retirado do local do acidente e ficou mais tempo sem socorro.

Em relação ao lateral Alan Rschel, ao goleiro Jackson Follmann e ao jornalista Rafael Henzel, a expectativa dos médicos é poder tirá-los em breve do leito onde se encontram. Segundo o ortopedista da Chapecoense Marcos André Sognali, que deu a entrevista coletiva ao lado do colega de profissão e de clube Edson Stakonski e do diretor clínico do hospital San Vicente Fundación, Ferney Rodríguez, será bom para a saúde dos pacientes que eles possam sentar num sofá ou mesmo caminhar.

– Nosso plano é sentá-los fora do leito. Isso ajuda muito na recuperação pulmonar – afirmou Sognali.

O diretor da clínica de um panorama sobre cada um dos pacientes:

– Alan Ruschel está estável, consciente. A cirurgia na coluna evolui de forma boa, e esperamos que ele possa em breve se mexer um pouco mais – informou. – Follmann (que teve a perna direita amputada, abaixo do joelho) está bem, estável, evolui bem. Vai fazer revisão das feridas operatórias hoje. Rafael Henzel está consciente, não está entubado, está falando e sem dores. Por enquanto não será feita cirurgia nas fraturas da costela. Neto continua em situação muito crítica, ainda sob sedação e controlando processo infecicooso pulmonar. Ele sofreu trauma muito importante no tórax e ainda conta com respiração mecânica – relatou Rodríguez.

Ainda existe receio na equipe médica em relação a possíveis infecções. Todos os sobreviventes ainda correm risco de pneumonia, por exemplo. Os três que estão conscientes, dizem os médicos, estão falantes e com bom ânimo.

Os outros dois sobreviventes do voo são bolivianos e faziam parte da tripulação. A comissária Ximena Suarez ainda se encontra em fase de recuperação na clínica Somer. No sábado, ela chegou a postar no Facebook mensagem de apoio ao piloto do avião Miguel Quiroga, que faleceu no acidente. Boletim médico divulgado nesta segunda sobre seu estado de saúde informa que Ximena está sendo tratada com antibiótico e ainda não tem previsão de alta.

Já o também comissário Erwin Tumiri recebeu alta na sexta-feira. Ele inclusive deu entrevista ao “Fantástico”, da Rede Globo, no domingo, quando revelou que não houve qualquer sinal de emergência para os passageiros durante o voo e que nenhum deles se preparou para um eventual choque.

– Ninguém (dentre os passageiros e tripulantes que não estivessem na cabine do piloto) soube o que estava acontecendo, todos achávamos que iríamos aterrissar, porque o piloto já havia anunciado isso, e estávamos esperando por isso – contou, desmentindo a versão inicial que circulou de que os passageiros teriam entrado em pânico e levantado de seus lugares momentos antes da queda.