Haitianos que foram acolhidos em Cascavel temem pela vida de familiares no País de origem. Com o fim da Missão de Paz, o receio é de que a segurança mantida durante 13 anos pelas ruas também seja extinta.
A Força Militar brasileira liderou a ação das Nações Unidas para a manutenção do Haiti diante de incidentes políticos e a devastação do país com terremoto em 2010. Durante mais de uma década o Brasil chegou a enviar 37 mil militares para a Missão de Paz.
A presença do exército garantiu momentos de paz, relembra o jovem haitiano Romário Valmir. “Contribuiu muito para sairmos às ruas, para a manutenção das escolas abertas e qualidade de vida”, diz ele.
O haitiano chegou ao Brasil há cinco anos e escolheu Cascavel para formar a família. Entretanto, ele não se esquece daqueles que ficaram longe e espera que pais e irmãos não sofram daqui para frente. “Infelizmente ainda há muita manifestações contra o governo e isso nos traz a preocupação”, comenta.
Receio
Valmir se reúne semanalmente com amigos da mesma origem em Cascavel em oficinas e outras atividades e afirma que o medo que sente é o mesmo receio dos demais haitianos. “Todos nós temos uma história lá e não queremos que o nosso País seja mais prejudicado”.
As tropas brasileiras deixarão o país até o mês de outubro e uma nova missão deve capacitar a Polícia Nacional Haitiana que conta com cerca de 15 mil homens e assumem o atual cenário no Haiti.