A trajetória de Mayra Aguiar no judo começou muito cedo. Ainda crianças, quando tinha seis anos, seu pais resolveram que ela deveria fazer alguma atividade física e acabaram matriculando a menina em aulas do esporte. Desde então, mesmo fazendo também outros esportes, o judô acabou conquistando o coração da pequena gaúcha de Porto Alegre.
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? Meus pais queriam que eu praticasse um esporte quando era pequena, então comecei a fazer judô em escolinhas aos seis anos por causa disso. E era muito gostoso praticar, me sentia muito bem ali. Nessa época eu cheguei a fazer judô e ballet junto. Depois também fiz atletismo, natação, ginástica olímpica, mas nunca me adaptei muito em nenhum deles ? declarou Mayra em seu site oficial.
Um dos motivos para a atleta ter escolhido o judô foi o seu gosto pelas competições, que já cedo se fez presente.
? Desde criança eu sou muito competitiva, e minha primeira competição foi no judô. Então acabei optando pelo judô desde então. Eu tinha apenas seis anos, nem poderia competir, mas eu insisti tanto para o treinador que ele acabou deixando. Um pouco também porque a Hellen, minha irmã, também ia competir.
Aos 11 anos começou a treinar e competir no clube em que está até hoje, Sociedade de Ginástica de Porto Alegre (Sogipa). Disputou por lá o seu primeiro campeonato brasileiroe aos 14 anos já fazia parte da Seleção Brasileira Junior.
? Foi ali que vi que essa seria realmente minha carreira, teria que levar cada vez mais a sério
Em 2006, aos 15 anos, conquistou sua primeira medalha em Campeonatos Mundiais Junior de judô, um bronze, e nos anos seguintes conquistou também a prata e o ouro. Em 2008, com apenas 17 anos, integrou a Seleção Brasileira adulta na Olimpíada de Pequim. Daí em diante ganhou cada vez mais destaque no cenário mundial.
Suas primeiras medalhas no Campeonato Mundial foram a prata em 2010 e o bronze em 2011. Em 2012 Mayra chegava à Olimpíada de Londres-2012 com uma carreira bem mais consolidada e medalhas em campeonatos mundiais. Mais experiente, a judoca foi em busca da medalha olímpica. Derrotada pela americana Kayla Harrison na semifinal, Mayra não se abalou e conquistou o bronze ao derrotar por ippon a holandesa Marhinde Verkerke.
O ano seguinte aos jogos de Londre-2012 foi difícil pra Mayra, em dezembro de 2013, a judaco precisou passar por duas cirurgia.
? Como já ia operar o joelho direito, acabaram operando o cotovelo esquerdo também, pois eu sentia muita dor. Fiquei praticamente seis meses parada, sem nem botar o quimono. Mas prometi a mim mesma que, mesmo se não estive 100%, daria tudo de mim para buscar esse ouro no Mundial que faltava?, explicou Mayra.
Para conseguir chegar ao ouro no Mundial que tanto queria, a judoca brasileira teria que passar por Kayla Harrison, sua algoz nos jogos de Londres. Mayra conseguiu derrotar a adversária nas semifinais e na final contra a francesa Audrey Tcheumeo se sagrou campeã.
? Era um objetivo conquistar esta medalha. Eu brinco que eu tenho um pódio inteiro no júnior: dois bronzes, uma prata e um ouro. No sênior eu tinha dois bronzes, uma prata e faltava o ouro. Eu não ia sair daqui sem esse ouro. Não ia ficar satisfeita com menos. Vou dormir muito feliz essa noite. Essa é a primeira de várias ? disse a atleta em entrevista ao Globo na ocasião.
O destino quis que no Rio o carrasco de Mayra fosse a judoca francesa. Audrey Tcheumeo derrotou Mayra na semifinal e deixou para ela apenas o sonho do bronze. Esse veio, e a judoca conquistou a terceira medalha do Brasil na Olimpíada.