Economia

Pandemia faz atividade econômica despencar 11,43%, mas maio reage

Esse é o maior recuo percentual para um período de três meses em toda a série histórica do BC, iniciada em janeiro de 2003

Pandemia faz atividade econômica despencar 11,43%, mas maio reage

Brasília – A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus fez a atividade econômica no Brasil despencar 11,43% em apenas três meses – de março a maio -, conforme dados divulgados nessa terça-feira (14) pelo Banco Central. No período, o Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) passou de 139,84 pontos para 120,42 pontos.

Esse é o maior recuo percentual para um período de três meses em toda a série histórica do BC, iniciada em janeiro de 2003. Nem na crise fiscal de 2015 e 2016 ou na turbulência global de 2008 o Brasil registrou uma queda tão intensa da atividade econômica em um período de três meses.

O intervalo de março a maio corresponde ao de maior isolamento social nas cidades brasileiras, que impactaram a atividade econômica nos mais diversos setores. Na visão do governo, porém, o pior momento já passou. Os dados do BC de fato sugerem um início de retomada.

Apenas em maio, o IBC-Br apresentou alta de 1,31% na comparação com abril, na série já ajustada sazonalmente. A alta é a primeira registrada desde fevereiro, quando houve elevação de 0,35% na atividade, considerando a série com ajustes sazonais.

Considerando apenas maio, o IBC-Br despencou 14,24% em relação ao mesmo mês do ano passado, na série sem ajustes sazonais. De março a maio, o IBC-Br cedeu 10,22% em relação ao mesmo período de 2019.

 

 

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Falências dão salto de 71,3% em junho

 

Depois de quatro meses de pandemia, as empresas começam a sucumbir à falta de caixa e à incapacidade financeira para honrar todas suas dívidas. Em junho, o número de pedidos de recuperação judicial cresceu 44,6% e o de falências decretadas, 71,3% em relação a igual período de 2019, segundo levantamento da Boa Vista SCPC. A má notícia é que o movimento está apenas no começo e, segundo especialistas, deve se acelerar ao longo deste semestre tanto no número de recuperações judiciais como no de falências.

A diferença entre os dois processos é que a recuperação judicial, instrumento criado em 2005, representa uma chance de a empresa se recuperar sem que a falência seja decretada pelo juiz, ou seja, sem que a companhia encerre suas atividades. Nos dois casos, o volume de pedidos vinha arrefecendo no início deste ano, mas, com a pandemia do novo coronavírus voltaram a crescer, afirma o economista da Boa Vista, Flávio Calife.