Cotidiano

Uma mulher de “geadas e revoluções”

Sofia Pafuski Norbach - Nascimento: 26/09/1932 - Falecimento: 20/06/2019

Fotos: Arquivo de família
Fotos: Arquivo de família

A simpática Sofia Pafuski Norbach nasceu no Rio Grande do Sul em 1932 e percorreu muitos caminhos até chegar a Linha Tangará, área rural de Lindoeste, em 1979, quando o local ainda não tinha título de Município.

Foi ali que Sofia viveu grande parte dos dias e formou uma família grande, com 12 filhos.

Ela trabalhava na roça, com o cultivo de lavoura e produção de leite, mas o grande trabalho da vida de Sofia foi se dedicar aos filhos. Por eles ela é chamada carinhosamente de uma mulher de “muitas geadas e revoluções” uma referência aos muitos percalços vividos por Sofia.

A filha mais velha, Dieime Terezinha Norbachs, lembra a origem humilde e a dificuldades enfrentadas, mas desataca o sacrifício da mãe para cuidar de todos. “Quantas vezes dividimos quatro ovos em 12 pedaços”, lembra Dieime, emocionada.

Independente das condições que vivia Sofia nunca desistiu de abrir as portas do futuro para filhos. “Ela mandava todos os 12 filhos para a escola, mesmo que fossemos sem os sapatos ou sem comida”, relembra Dieime.

Família

Sofia viveu o amor à primeira vista.  Uma das netas, Juliana Norbachs, relembra das histórias contadas pela avó sobre como conheceu o pretendente a marido, Carlos. “Quando jovem, ela dizia que não iria se casar, mas quando viu Carlos pela primeira vez pensou que ele era um rapaz bonito e decidiu que iria casar com ele”. Com Carlos, Sofia deu início a grande família. Os netos são tantos que a família nem conseguiu contar e ela deixou também 13 bisnetos.

Lembranças

Juliana conta ainda que a cada encontro com a avó conhecia mais sobre a vida dela e aprendia lições. “Eu entendi mais sobre sua vida, como ela precisou ser tão forte ao longo dos anos. Ela era linha dura, sim, mas muito sensata. Ela nos deixou a certeza de que tudo é possível com trabalho árduo”, afirma Juliana.

Sofia faleceu devido à embolia pulmonar, mas para Juliana as lembranças da avó estão vivas na memória. “Ela deixou as histórias da roça, as lendas contadas à beira do fogão a lenha. Deixou também saudade da polenta cortada a fio e do Chico balanceado que ela fazia como ninguém”, conta Juliana, emocionada.