Embora fosse um líder nato da Feira do Pequeno Produtor de Cascavel, quem via Luiz Alberto Meyer não conseguia imaginar a história que lhe trouxera até aqui. Era um homem de muitas lutas.
Nasceu em Young, no Uruguai, em 1954. De família com ideal socialista, aos 18 anos foi a Montevidéu e entrou para a Força de Choque do Uruguai. Foi um Tupamaro (membro do grupo de guerrilheiros urbanos) e chegou a ser infiltrado na polícia. Foi descoberto, preso e torturado. Depois da prisão, veio ao Brasil e foi trabalhar na Usina Hidrelétrica de Itaipu, onde ficou por 12 anos. Saiu e viajou pela América do Sul vendendo de roupas, algodão até trigo. Ingressou no comércio de ouro em Alta Floresta (MT) até que finalmente vir para Cascavel, onde abriu um hotel e se casou com Adenirse Fedato em 1994. Parece que então sua vida sossegaria.
Em 2000 se tornou membro da Feira do Pequeno Produtor, onde ficou famoso pelo sabor da cuca que oferecia e conquistou a simpatia de clientes e amigos. Foi por duas vezes presidente e reeleito há poucos dias como vice-presidente para mais um mandato que se iniciaria no dia 1º de maio. “Ele foi um grande líder na feira. Sempre preocupado com todos e querendo trazer melhorias. Muitos clientes e colegas gostavam dele. Será sempre lembrado com carinho”, afirma o atual presidente da Feira, Roque João Garlet.
Paixão pelas letras
O hobby de Luiz Alberto Meyer era ler e escrever. “No tempo livre ele estava sempre lendo. Também amava escrever contos. Escrevia tanto em português quanto em espanhol e publicava na página dele no facebook, adorava compartilhar com as pessoas”, conta o filho Antonio Augusto Fedato Meyer.
Antonio diz que Luiz foi um bom pai e sempre zelou por sua educação.
Como marido, foi um companheiro exemplar para Adenirse, com quem teve o filho Antonio. Luiz teve três filhos antes do casamento: Luis Alberto Meyer, que vive no Paraguai; Franco Sordi Meyer, que mora em Londrina, e Marina Sordi Meyer, que vive atualmente em Florianópolis.
Despedida
Luiz Alberto Meyer faleceu no dia 18 de abril devido à falência de órgãos por conta de uma pancreatite aguda. Após uma semana de internamento, ele faleceu no Hospital Nossa Senhora da Salete. Luiz deixou dois irmãos e a mãe, Zulma Banegas, que mora no Uruguai; a esposa Adenirse, quatro filhos e quatro netos. O sepultamento no Cemitério Cristo Redentor reuniu a família e os amigos que lhe prestaram a última homenagem. “Meu pai era muito querido pelas pessoas, sem dúvida, vai fazer muita falta”, lamenta o filho Antonio Augusto Fedato Meyer.