O Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil anunciou a conclusão do prazo para o reconhecimento do estado do Rio Grande do Sul como livre da Doença de Newcastle, uma importante atualização que pode voltar a dar fôlego ao comércio de produtos avícolas. O anúncio ocorre 90 dias após a divulgação do fim do foco, registrado no mês de julho em uma granja no município de Anta Gorda, no Rio Grande do Sul. No entanto, a suspensão cautelar e temporária das exportações de produtos avícolas permanece para 43 mercados.
Notificação à OMSA e medidas tomadas
A notificação foi feita à OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal), que é responsável por monitorar e certificar a saúde animal em nível global. A OMSA considerou o evento encerrado após o cumprimento do prazo e a aplicação da medida de stamping-out no único estabelecimento afetado, o que incluiu o abate de animais infectados e suspeitos.
Pressão para reabertura dos mercados internacionais
O secretário de Relações Internacionais, Luís Rua, revelou que o governo brasileiro já se posicionou junto aos países que impõem restrições ao estado, solicitando a reabertura dos mercados. Essa movimentação é determinante, visto que o Rio Grande do Sul é uma das áreas mais impactadas pelas restrições. Elas resultaram em suspensões temporárias das exportações de produtos avícolas.
Otimismo entre exportadores e posicionamento da ABPA
Em entrevista ao Jornal O Paraná, o presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), Ricardo Santin, expressou otimismo em relação ao rápido restabelecimento do comércio avícola. Ele destacou que a expectativa é particularmente alta entre os exportadores da região Sul, que enfrentaram perdas significativas devido à situação anterior. A restauração do status de livre da Doença de Newcastle é vista como um passo importante para a recuperação da confiança dos mercados internacionais.
Esforço conjunto para comunicar a nova classificação
Além disso, a Secretaria de Relações Internacionais já iniciou o processo de comunicação da nova classificação aos mercados que ainda mantêm restrições. A ABPA destacou o trabalho do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. “O esforço conjunto para superar esse desafio é um reflexo da importância da avicultura para a economia do Brasil, especialmente em regiões onde a produção avícola é uma das principais atividades econômicas”, enfatizou Ricardo Santin.
Impactos econômicos e sanitários da Doença de Newcastle
A Doença de Newcastle, que afeta aves, pode causar perdas econômicas significativas para a indústria avícola. Com a certificação, o Brasil espera que os mercados voltem a se abrir rapidamente, permitindo que os produtores do Rio Grande do Sul retomem suas exportações e compitam de maneira justa no mercado global.
“A superação desse desafio é um marco importante não apenas para os avicultores do Rio Grande do Sul, mas para toda a indústria avícola brasileira. A recuperação do status de livre da Doença de Newcastle sinaliza um compromisso com a sanidade animal e a segurança alimentar. Além disso reforça a posição do Brasil como um dos principais fornecedores de produtos avícolas no mercado internacional”, concluiu o presidente da ABPA. A expectativa é que, em breve, os embarques de produtos avícolas do Rio Grande do Sul voltem a fluir, trazendo alívio e esperança para os produtores da região.
Entendendo a doença e seus métodos de transmissão
A Doença de Newcastle é causada por um vírus que afeta aves domésticas e silvestres. Quando infectadas, as aves apresentam sinais respiratórios, nervosos e digestivos, com taxa de mortalidade que pode chegar a 100% do plantel. Como não há tratamento, o lote deve ser eliminado para evitar a propagação para outras propriedades e granjas. Os sintomas nas aves incluem anorexia (falta de apetite), espirros, respiração ofegante, corrimento nasal e ocular, asas caídas. Também ocorrem dificuldades de locomoção, pernas distendidas, torção de cabeça e pescoço, depressão, diarreia aquosa e esverdeada.
A transmissão entre as aves ocorre principalmente por aerossóis, ou seja, gotículas das secreções respiratórias que se espalham facilmente no ar. Além disso, as fezes das aves doentes também contêm o vírus, o que facilita sua propagação em ambientes próximos.