Cotidiano

Filho de Raúl Castro era o negociador secreto de Cuba com os EUA

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HAVANA ? Fim de mistério: o coronel Alejandro Castro Espín, filho do presidente Raúl Castro, representou Cuba nas negociações secretas que conduziram ao histórico degelo com os Estados Unidos, em dezembro de 2014, revelou um cardeal da Igreja Católica. O governo cubano nunca afirmou quem foi o negociador na aproximação com os EUA. O cardeal Jaime Ortega também revelou que os EUA e Cuba escolheram o dia do aniversário do Papa Francisco, 17 de dezembro, para comunicar ao mundo a decisão de reestabelecer relações diplomáticas.

O oficial encabeçou as conversas secretas com os Estados Unidos que se realizaram em 2013 e 2014, com Ricardo Zúñiga, assessor do presidente Barack Obama para a América Latina e diretor principal dos assuntos do hemisfério ocidental, disse o cardeal cubano. Ele fez a relevação em uma conferência em Nova York, cujo texto foi publicado em Havana pela revista católica Espacio Laical, que circula este mês.

Em seguida, o arcebispo de Havana atuou como emissário do Papa Francisco ante os mandatários que enterraram mais de meio século de hostiliidades desde a Guerra Fria. Uma vez que cumpriu seu trabalho de facilitador do diálogo, Ortega assegurou que as conversas continuariam no Canadá, com Ricardo Zúñiga a frente da delegação americana e o Coronel Alejandro Castro Espín, a frente da delegação cubana.

Aos 51 anos, Castro Espín é um poderoso funcionário praticamente desconhecido em Cuba. Especialista em relações internacionais e autor de livros do tema, o único filho homem de Raúl quase nunca aparece em público e quando o faz, é geralmente na companhia de seu pai.

Depois da chegada de Donald Trump à Casa Branca, a relação entre os dois países entraram em uma etapa de incerteza.