Cotidiano

De corrida de camelo a baile da realeza, de tudo vai rolar nas Olimpíadas

ArteCapa_2905rg.jpgRIO – A cidade vai receber uma legião de atletas, delegações e turistas de 206 países durante os Jogos Olímpicos ? segundo estimativas da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, serão 1,7 milhão de pessoas. Desse total, espera-se cerca de 400 visitantes para lá de ilustres: reis, presidentes e primeiros-ministros das mais poderosas nações. A 68 dias do início oficial das competições, há toda uma infraestrutura sendo montada para que esses chefes de estado e seus convidados sintam-se literalmente em casa.

No mapa oficial da Rio 2016, por enquanto, há 54 casas temáticas, as hospitality houses, em construção. Algumas terão as portas abertas ao grande público, outras serão restritas a VIPs. De modo geral, serão palco de comemorações de medalhas e de muito networking. Três dos candidatos a sede dos Jogos de 2024, Itália (com Roma), Estados Unidos (com Los Angeles) e França (com Paris) são exemplos de puro capricho em suas produções. Afinal, dizem que foi na Casa Brasil montada em Pequim, na China, nos idos de 2008, que o Rio teria garantido o direito de sediar as Olimpíadas deste ano.

A seguir, bastidores e curiosidades de dez casas que prometem dar o que falar.

Shakespeare e o Corcovado

O primeiro baile da British House, montada no Parque Lage, será no início da noite do dia 3 de agosto, antevéspera da Cerimônia de Abertura. Uma recepção para 600 pessoas, incluindo toda a delegação do Reino Unido e seletos convidados brasileiros. Traje: business casual. Os atletas estão liberados para usar os seus uniformes de viagem, assinados por Stella McCartney. A icônica piscina será toda coberta por uma superfície de vidro de alta resistência, que permitirá projeções. O menu da festa, assim como o das demais atividades da casa, será assinado pelo Aquim. Haverá um bar de drinques só com gim, além de coquetéis não-alcoólicos para os esportistas.

Entre outras atividades culturais, haverá uma série de debates sobre a obra de William Shakespeare, coordenados pelo professor Paul Heritage, do departamento de Drama & Performances da Queen Mary University of London. E apresentação do espetáculo ?A tempestade?, com elenco brasileiro sob direção da Royal Shakespeare Company.

ArteCont1_2905rg (1).jpg? A British House será a casa longe de casa dos atletas do Reino Unido no Rio. Um local para eles comemorarem os bons resultados e relaxarem com suas famílias e amigos. Nada melhor que deixá-los impressionados de início com a beleza do Parque Lage ? diz o cônsul-geral, Jonathan Dunn.

A British House ocupará o casarão da Escola de Artes Visuais por três semanas. Espaço não usual, o terraço será o cenário de jantares com vista para o Corcovado. Na entrada, haverá uma exposição sobre a a Rainha Elizabeth II. Membros da realeza, aliás, são esperados ? a princesa Anne Elizabeth Alice Louise, campeã de hipismo, é uma presença quase certa. Kate e William são ansiosamente aguardados.

Os jardins do Parque Lage ? projetados pelo paisagista britânico John Tyndale, no século XIX ? seguirão abertos ao público, mas

o acesso ao casarão será restrito. Os interessados devem se cadastrar no site do evento (www.britishhouse rio.com).

Andrea Bocelli e loja da Armani

O Comitato Olimpico Nazionale Italiano (Coni) escolheu o Clube Costa Brava para montar a Casa Itália por achar que a geografia do Joá tem ares de Capri, a famosa ilha situada no Golfo de Nápoles. Projeto de Renato e Ricardo Menescal, o clube fundado em 1962 está sendo todo adaptado para receber a delegação italiana, com direito a oliveiras plantadas no jardim. A ideia do Coni é montar um palco luxuoso para projetar a candidatura de Roma como sede dos Jogos Olímpicos de 2024.

ArteCont2_2905rg.jpgTodos os móveis estão vindo de navio diretamente de Milão. As salas dos cinco andares vão ganhar janelas acústicas, que serão inauguradas pelo tenor Andrea Bocelli, uma das atrações musicais confirmadas. A antiga boate do clube vai virar um centro de mídia, com 38 telões pendurados do chão ao teto transmitindo as competições num clima Las Vegas. Patrocinadora do Coni, a Ferrari terá uma sala reservada para o seu presidente, com vista panorâmica para a Praia da Joatinga. A antiga butique do térreo ? que vendia cangas, chinelos, filtro solar, balinhas ? será substituída por um showroom da Armani. Criador da cuccina pop e proprietário do estrelado D?O, em San Pietro all?Olmo, o chef Davide Oldani vai assinar o cardápio dos almoços e jantares da Casa Itália. Por fim, o spa promete ser um espetáculo à parte, com todo o staff ? inclusive massoterapeutas, manicures e pedicures ? de nacionalidade italiana.

? Dos cariocas, os italianos só querem mesmo a alegria ? brinca o administrador do clube, Rubem Oliva.

Em agosto, o acesso ao Costa Brava será restrito a 30 sócios por dia.

? No inverno, a média de ocupação não chega a 20 pessoas. O Costa Brava é um clube de verão ? diz o administrador.

Coxinha VVip

Os chefes de estado dos países africanos estão curiosíssimos para provar uma iguaria nacional: a coxinha de galinha. De tanto ouvir falar no nome do salgadinho, que volta e meia está presente no noticiário político brasileiro, as autoridades exigiram que o quitute seja servido no bufê da área VVIP da Casa da África. Sim, além de um espaço VIP, haverá um cercadinho restrito a ?very, very important person?. Pelo Casa da África Diamond Lounge devem circular presidentes, primeiros-ministros, diplomatas. Rei do povo iorubá, Oba Okunade Sijuwade, conhecido como Ooni de Ife, é presença certa. Representante da ?realeza? brasileira, Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, é superaguardado.

Além de coxinhas, pamonha faz parte do menu da VVIP, que será elaborado por um chef de Goiás ou do Mato Grosso.

? Também serviremos uma minifeijoada, mas sem carne de porco, afinal, grande parte dos africanos é muçulmana ? comenta João Gilberto Vaz, embaixador da Associação de Comitês Olímpicos Nacionais da África (Anoca) para o projeto da Casa da África Rio 2016.

O ingresso (gratuito) para a Casa da África será um cartão de embarque. Após passar pelo check in, os visitantes vão entrar num avião com capacidade para 56 passageiros. Cada poltrona vai representar um dos 54 países do continente ? a 55ª será reservada para a Anoca e a 56ª, para o Brasil. O Fly to Africa Experience terá cerca de cinco minutos, com exibição de vídeos com informações turísticas e culturais.

A Casa da África está sendo erguida dentro do CasaShopping, na Barra. Fora os lounges VIP e VVIP, todos os outros espaços serão abertos ao público. Os organizadores querem entrar para o ?Guinness Book? como a maior casa de hospitalidade do mundo.

Freiras à espera de Obama

Semana passada, uma engenheira americana estava fazendo uma visita técnica nas dependências do tradicional Colégio São Paulo (CSP), no Arpoador, para finalizar o projeto da American House. A fachada de mármore do prédio ganhará iluminação temática. Maiores detalhes do projeto, no entanto, são mantidos a sete chaves. Sabe-se apenas que haverá festas, salão de jogos e coquetéis para os atletas comemorarem suas medalhas. E devem rolar muitos brindes, afinal, os Estados Unidos são os maiores medalhistas em Jogos Olímpicos, com 2.399 conquistas ? o Brasil é 37º, com 108. Localizada no número 22 da Avenida Vieira Souto, a American House terá entrada super-restrita e esquema de segurança digno da Casa Branca. O único espaço aberto ao público será uma pop up store da Ralph Lauren, grife responsável pelo estilo da delegação dos EUA.

Durante a estada americana, os cerca de 700 alunos do CSP estarão de férias, assim como os de todos os colégios particulares e públicos da cidade. Mas as irmãs da Congregação das Angélicas de São Paulo, que dirigem a instituição de ensino, vão continuar na casa onde moram, nos fundos do colégio. Para manter a liberdade de cruzar o pátio ou sair para as sagradas caminhadas na orla, as freiras vão usar uma credencial pendurada no pescoço.

? Até o padre Eduardo, que vem rezar a nossa missa, vai ter que usar credencial durante as Olimpíadas ? conta a irmã Maria Vitorino, uma das nove moradoras.

Todas estão torcendo para o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fazer uma visita à American House.

? Ainda não sei o que vou falar para ele, afinal, é o presidente do país mais rico do mundo. Mas estou rezando para ele vir ? conta a irmã Maria.

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Especiarias e corrida de camelos

A Bayt Qatar, que começa a ser montada mês que vem na Casa Daros, em Botafogo, promete ter todo o luxo que se espera de uma recepção organizada pelo país do sheikh Hamad bin Khalifa Al Thani. A começar pelo catering: o chef Alex Atala é o responsável pelo cardápio do café, do restaurante e da majlis ? como é chamada a área informal de relaxamento, com decoração ao melhor estilo árabe, para os convidados do Comitê Olímpico do Catar. Segunda-feira passada, a sheikha Asma Al Thani, diretora de marketing do comitê, foi ao D.O.M., em São Paulo, para participar de uma degustação comandada por Atala. O menu está sendo fechado.

Ainda no capítulo gastronomia, será montada no pátio do casarão uma réplica de um souq, como o mercado de especiarias a céu aberto de Doha. Na mesma ala, haverá demonstrações de pintura de henna, oficinas de caligrafia árabe, cabine de fotos com vestimentas típicas e simulação de corrida de camelos, em 3D. Os vídeos e projeções serão feitos pela mesma equipe responsável pela curadoria do Museu do Amanhã, na Praça Mauá. Interativas, as exibições vão proporcionar ao público uma viagem pelo Catar, sede da Copa de 2022.

? A Bayt Qatar será um espaço deslumbrante, que servirá como uma plataforma para apresentar e transmitir a cultura, o patrimônio e a paixão pelo esporte, do Catar para o mundo ? diz a sheikha.

A casa será aberta a visitantes todos os dias durante as Olimpíadas, com entrada a R$ 20 (que dá direito a dois pratinhos). Toda a verba será destinada a um projeto social. Por fim, metade da cobertura do edifício neoclássico de 1866, onde ano que vem começa a funcionar a Escola Eleva, será coberta por uma mega-bandeira do Catar. Para ser vista do alto.

Tons de laranja

A Casa da Holanda cultiva a fama de ser a hospitality house mais animada dos Jogos Olímpicos, desde a sua primeira edição, em 1992, em Barcelona. Na Rio 2016, a sede temporária será instalada no Clube Monte Líbano, que ocupa uma área de nove mil metros quadrados às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas. Especula-se que um famoso chef holandês, detentor de três estrelas no ?Guia Michelin?, será responsável pelos quitutes.

A estrutura da Holland Heineken House já está sendo montada nas dependências do clube, mas a programação musical ainda não foi fechada (assim como o valor do ingresso das festas). Mas sabe-se que um time e tanto de DJs internacionais vai comandar o som diariamente, das 11 horas da manhã até uma hora da madrugada. Sem área VIP, a Casa da Holanda costuma promover o encontro dos atletas com o público, num clima de confraternização em tons de laranja. O espaço terá capacidade para receber quatro mil pessoas por dia.

Não serão vendidas cervejas em lata ou em garrafa. Apenas o copão de chope. Especialistas treinados no Heineken Experience de Amsterdã estão com passagens aéreas marcadas para vir tirar os chopes pessoalmente. Alguns deles já estiveram na cidade ano passado, durante o Rock in Rio, onde a marca de cerveja teve um camarote, e parecem estar bem animados para voltar.

Mas não só de cerveja e música eletrônica vai viver a Casa da Holanda. Além de transmitir os Jogos em telões, o espaço vai promover a prática de diferentes modalidades esportivas dentro da própria casa, incluindo natação, basquete, futebol e vôlei de praia. Em paralelo, a Holland Heineken House terá aulas de stand-up paddle na Praia de Ipanema e grupos de corrida pela manhã.

Pista de gelo em plena Lagoa

Num país com tantos ?altos? (alguns literais, outros metafóricos), foi justamente um ?baixo? que conquistou o Rio. Em 2014, na Copa do Mundo, a Suíça montou na Lagoa uma estrutura ao ar livre onde qualquer pessoa podia entrar, conhecer um pouco sobre o país e, entre comes e bebes, assistir em telão às partidas de futebol. Logo, o carioca apelidou a House of Switzerland de Baixo Suíça. Os organizadores, claro, adoraram ver aquele pedacinho ganhar fama e se igualar a outras partes da cidade, como o antigo Baixo Leblon ou o atual Baixo Gávea. A Suíça, que já paquerava o Rio desde que foi enredo da Unidos da Tijuca, em 2015, engatou um namoro sério e, pelo visto, não demora vai pedir a cidade em casamento.

A partir de 1º de agosto, o Baixo Suíça volta à Lagoa, ocupando uma área ainda maior, de 4.100 metros quadrados, naquele campo de beisebol perto do Corte do Cantagalo. Na verdade, são três casas, com um imenso quintal no meio. Não vão faltar motivos para os frequentadores de verde e amarelo se misturarem aos de vermelho. Uma grande atração é um rinque de 200 metros que, de dia, vai ser pista de patinação e, à noite, pista de dança. O truque? Trata-se de um piso com gelo sintético, que não molha ou escorrega.

? Tivemos a ideia depois de ver um dos carros alegóricos no desfile da Unidos da Tijuca ? conta Nicolas Bideau, embaixador da Presença Suíça, órgão do departamento de Relações Exteriores do país.

Cabine de teleférico, globo de neve gigante e pista de corrida são outros passatempos do parquinho suíço, que vai ter ainda programação musical, incluindo shows do cantor suíço-brasileiro Marc Sway, celebridade local depois de ser jurado do programa ?The Voice?. Tudo para embalar uma união que, estivesse no Facebook, bem poderia ser anunciada como um ?relacionamento sério?. (Marcelo Balbio)

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Música eletrônica e champanhe

O Club France vai ocupar boa parte da Sociedade Hípica Brasileira, na Lagoa. Local de importantes competições de hipismo e de festas de casamento da alta-roda carioca, o Picadeiro Armando Alencar será transformado numa imensa pista de dança. Serão, no total, oito festas para duas mil pessoas cada. Especialmente para o evento, o Café de La Musique e a boate Privilège assinam juntos a produção. Uma superprodução, diga-se: cada noite vai ganhar uma cenografia diferente, sempre com projeções de video mapping e com apresentação de algum DJ francês badalado (os contratos ainda estão sendo assinados, por isso os nomes ainda não podem ser divulgados). O empresário e apresentador de TV Álvaro Garnero, sócio do Cafe de La Musique, será o anfitrião das noitadas.

Durante o dia, o picadeiro será transformado em uma espécie de arquibancada, com telão transmitindo as principais disputas de medalha. Todo o projeto arquitetônico foi bolado pelo arquiteto Daniel Faro, carioca radicado em Paris. O Club France vai estar aberto ao público, com entrada de R$ 20. Uma das atrações promete ser a loja da Lacoste, grife responsável pelos figurinos da delegação francesa, com uma coleção exclusiva criada especialmente para as Olimpíadas. Numa pracinha da área externa, haverá um estacionamento de food trucks. Menu? Croissant, croque-monsieur, macaron e outros quitutes típicos.

A área VIP, restrita a convidados, terá bufê elaborado pelos chefs Claude e Thomas Troisgros, pai e filho. O presidente da França, François Hollande, é esperado para um jantar na noite do dia 6 de agosto. Será uma recepção para 80 convidados regada a champanhe Perrier-Jouët.

Paz e amor

Em meio ao drama que está vivendo por conta do escândalo de acobertamento de casos de doping no atletismo, a Rússia planeja montar um quartel-general em clima de paz e amor no Clube dos Marimbás, no Posto Seis, uma das melhores vistas da Praia de Copacabana. A começar pela logomarca: um coração formado pela união das bandeiras da Rússia e do Brasil.

A estrutura do clube será pouco alterada, uma vez que as intervenções serão apenas cenográficas. Na altura do mar, coladinho à colônia dos pescadores, será montado um pódio para os medalhistas e um palco para as atrações musicais. Nos outros dois andares, vai entrar em cartaz uma exposição com equipamentos esportivos autênticos, utilizados pelos atletas russos. Por exemplo: os visitantes vão poder manusear a fita da campeã olímpica de ginástica Yevgeniya Kanayeva ou até mesmo vestir o quimono do lutador Fedor Emelianenko. Ainda na linha interativa, a casa será decorada com retratos em tamanho real de estrelas do esporte, como Dmitry Musersky, o mais alto jogador de vôlei russo, ou Alexander Karelin, um gigante da luta greco-romana.

Vão rolar três dias de open house, com grandes festas de confraternização, com mostra de matrioskas esportivas, degustação de vodca e banquete à base de pirojki (pastelzinho) e estrogonofe. Uma dica aos brasileiros interessados em degustar os quitutes: é considerado um acinte comer estrogonofe com arroz. O recomendado é purê de batatas.

Para os demais dias, ficou estabelecido um número de 30 convites diários aos sócios.

? Temos muito em comum, o espírito festivo e as cores das nossas bandeiras: vermelho, azul e branco ? comenta o vice-comodoro Luiz Correia de Araujo, responsável pelas negociações de arrendamento do clube.

Redescobrindo o Rio

Os portugueses terão uma embaixada nacional itinerante. Entre os dias 22 e 24 de junho, o Navio-Escola Sagres vai partir de Lisboa rumo ao Rio de Janeiro, com paradas estratégicas em Cabo Verde, Recife e Salvador. Por aqui, a embarcação vai ficar ancorada no Cais Portuguesa, uma área da Marinha do Brasil inédita para a maioria dos cariocas, pertinho da Ilha Fiscal, entre os dias 3 e 21 de agosto.

Está sendo elaborada uma agenda de eventos diários para a Casa de Portugal, com a participação dos atletas da Missão Olímpica Portuguesa, como Ana Cabecinha (atletismo) e Diogo Ganchinho (ginástica). São planejadas degustações de vinhos do Douro e do Alentejo a bordo, assim como apresentações de iguarias como o queijo da Serra da Estrela. Será montado todo um esquema de vans e ônibus para levar os visitantes ao navio. São esperadas, segundo o Comitê Olímpico de Portugal (COP), até dez mil pessoas por dia.

Trata-se de uma embarcação cinematográfica. De ponta a ponta, o Navio-Escola Sagres tem 89,5 metros de comprimento, com um mastro de 45,5 metros de altura e velas com reproduções da Cruz da Ordem de Cristo. A tripulação é formada por nove oficiais, 16 sargentos e 103 praças.

Não é a primeira vez que o Escola Sagres navega por águas brasileiras. Construída nos estaleiros da Blohm & Voss, em Hamburgo, em 1937, a embarcação foi a terceira de uma série de quatro navios encomendados pela Marinha da Alemanha. O navio foi cedido à Marinha do Brasil no final da II Guerra Mundial, em 1948, tendo sido adquirido pela Marinha Portuguesa em 1961. E foi bem no Rio, em janeiro de 1962, que ele foi entregue à Marinha de Portugal.