O mutirão de limpeza realizado fim de semana passado tinha a promessa de fazer uma faxina na cidade. Só que não contavam com o tamanho da sujeira. Os três dias foram poucos e o resultado é, uma semana depois, um verdadeiro lixão espalhado pelas ruas à espera do caminhão coletor.
Os moradores atenderam ao apelo e não pouparam nas pilhas de entulho. Tinha de sofá a geladeira. Montanhas de lixo se formaram em diversas ruas da cidade. O mutirão não venceu coletar tudo no tempo previsto e a euforia agora dá lugar para a reclamação. Isso porque até quem não tinha problema com lixo agora tem, ao ver a sujeira do lado de fora da sua casa. A pergunta é: Não vão passar por aqui?
A reportagem percorreu alguns bairros ontem e por onde passava via lixo e ouvia reclamação. A exceção foi perto do Estádio Olímpico Regional, onde três meninos se divertiam com um pedaço de sofá que virou uma prancha para escorregarem. Por coincidência, o local fica perto de onde as ações estavam sendo realizadas ontem.
Vaso sanitário, entulhos e latas de tinta são o novo cenário na frente da casa de Maria Aparecida da Silva, no Bairro Brasília. A zeladora conta que os entulhos estão ali há cinco dias: “Eu ainda não vi nenhuma ação do mutirão aqui, no bairro”.
Pelo calendário divulgado pela prefeitura, o bairro onde Maria mora deveria ter sido atendido na última sexta-feira (12).
Também morador do Brasília, Vilmar Camargo conta que colocou o lixo na frente de casa há uma semana e também percebeu movimentação. “Acredito que o ideal teria sido estipular uma semana para cada região”, sugere.
O aposentado lembra que a intenção do mutirão é combater a dengue: “Se chover esse lixo descartado servirá de casa para o mosquito e o problema vai se expandir”.
Sem volta
O gestor do Território Cidadão, José Carlos da Costa, o Cocão, explica que as ações nesta semana estão concentradas na área 1, que concentra bairros da zona oeste da cidade. “Estamos fechando por bairros. Hoje [ontem] nós estamos trabalhando no [Bairro] Santo Onofre, Alto Alegre e Santa Cruz”.
Ele explica que nos locais onde lixos e entulhos já foram retirados não haverá retorno das equipes, caso do Bairro Tropical, em que ainda tem ruas para recolher. “Se tem lixo a ser coletado é porque as pessoas colocaram depois que nós fechamos 100%. Essas pessoas têm que achar um jeito de levar o lixo aos pontos de apoio”.
Próxima semana
A partir da segunda-feira (22) o mutirão retorna para a região três, composta pelos Bairros Maira Luiza, Neva, Parque São Paulo, Santa Felicidade, Universitário, Cascavel Velho, Região do Lago, Pacaembu e São Cristóvão. Cocão conta que a escolha da região é o “baixo volume” de lixo. “Após finalizarmos a região três, vamos para a região dois, onde a demanda é bem maior. Então entramos lá com toda a estrutura para finalizar a cidade”. A região dois é composta pelos Bairros Brasmadeira, Interlagos, Cataratas, Morumbi, Periolo, Floresta, Brasília, Canadá, Country e Cancelli.
Pontos de apoio
Pontos de apoio estão espalhados pela cidade. Confira:
Santa Cruz, atrás da Praça Céu.
Jardim Palmeiras, próximo à iniciação esportiva.
Interlagos, atrás do Centro da Juventude.
Los Angeles, próximo ao Cmei Nilce Leite Sperança.
Ipanema, em frente à UBS, na Rua Ásia.
Cascavel Velho, próximo à UPA Veneza.
Parque São Paulo, Rua Cuiabá esquina com Rua Sete de Setembro.
Quem não conseguir levar os lixos e entulhos até os pontos de apoio pode ligar para o telefone do Ecolixo (45) 3902-1392 e agendar o recolhimento. Mas isso somente após as ações do mutirão terem sido encerradas.
Foto: Aílton Santos